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Rita
Farinha (Março 2010)
OS FACTOS
POR
J. G. DE BARROS E CUNHA
deputado,
pelo
circulo de villa
franca, ás cortes
da nação portugueza
LISBOA
TYPOGRAPHIA UNIVERSAL
de thomaz quintino antunes,
impressor da casa real
Rua dos Calafates, 110
1870
Vox in Rama audita est, ploratus; et
ululatus multus;
Rachel plorans filios suos, et noluit consolari, quia non
sund.
Evan. Sec. Matth. Cap. II.
Custou a liberdade muitos sacrificios para se estabelecer em
Portugal.
A luta contra a influencia feudal, contra o dominio do clero,
do poder absoluto dos reis, não se manteve senão
a preço de
muito dinheiro e de muito sangue.
De 1820 a 1851 a fortuna publica foi sacrificada para se tratar
exclusivamente da conquista das garantias politicas.
A transacção entre os partidarios da
constituição popular, e os
advogados da concessão autocratica dos direitos civis e
politicos
outorgados em 1826, tentada em 1838, só poude realisar-se
em 1852.
De então até ao dia fatal de 19 de maio de 1870
ninguem tratou
mais do que de reparar os damnos, produzidos pelo embate
das paixões, e de apressar a marcha do paiz na senda do
trabalho,
do progresso e da civilisação.
Bem ou mal, á tyrannia e á força,
tinha succedido a luta
generosa das paixões, e á luta das
paixões o governo da opinião.
Acceitámos a Carta, que a realesa nos impozera como garantia
para os reis, pelo acto addicional, que votámos em
côrtes e,
acceitamol-a, porque nos era sufficiente a
collaboração do parlamento
na ractificação de uma alliança
sincera entre o povo e a
monarchia.
Fez-se n'este intervallo uma grande reforma economica, financeira
e politica; a maior depois da queda da
inquisição, a mais
util depois da extincção dos frades e dos dizimos.
Desvinculou-se a terra!
[4]
O que seria annos antes uma revolução
sanguinolenta, fel-o a
luz pura da liberdade, radiando sobre a imprensa, e o parlamento
no campo neutro e legal da discussão.
Aboliram-se privilegios numerosos:
A reclamação do povo ácerca da
reducção das despezas passou,
á força de ser advogada e discutida, a constituir
principio
invariavel de administração.
A grande base de mais sinceras reformas administrativas, e de
educação constitucional tinha já sido
acceitada pelos governos dos
ultimos tempos na reforma dos serviços pela
descentralisação.
A forma do imposto debatia-se.
Elementos de toda a ordem se agrupavam e os estudos mais
conscienciosos eram a base de todos os trabalhos, que se apresentavam
á representação nacional para ella
votar leis, que tornassem
os sacrificios de todos mais faceis por uma divisão mais
justa e mais productiva.
Alargou-se a instrucção.
Tratava-se de abrir consumo ao principal artigo, que o continente
produz―
o vinho.
A sorte de Portugal principiava a interessar a Europa, que
vira admirada de que maneira luctavamos para salvar a nossa
terra da ruina, a que as nossas luctas politicas, os erros
administrativos
e (duro é dizel-o) a temeridade financeira dos seus ultimos
ministros a tinham aproximado.
Só a quem sinceramente se dedicava a esta obra, pode em todo
o rigor revellar-se a magnitude e difficuldade d'ella; e a anciedade
pelos seus resultados, só podia augmentar-se, pela mais
louca e pela mais criminosa de todas as violencias.
Direi ao paiz, na linguagem em que estas verdades se dizem,
qual era o seu deploravel estado no momento em que fui mandado
advogar e defender os seus interesses.
Tomando o periodo de 30 de junho de 1855 até 30 de outubro
de 1869, data do ultimo emprestimo, conhecerá o povo de
que modo successivos emprestimos, auctorisados e não
auctorisados,
teem levantado a divida fundada de 20 milhões de £
a perto
de 60, que tanto é o que demonstra o mappa junto.
Tambem se verá de como os seus encargos ascenderam de
£ 622:000, que tanto era em 1855, a £ 1.801:000,
que ficou
sendo em 30 de outubro de 1869.
O mesmo mappa lhe diz de que modo esses encargos subiram
[5]
anno por anno, sendo o ultimo para resgatar a divida fluctuante
de £ 360:000, mais de metade da dotação
total da divida publica
em 1855.
De como tem augmentado a divida publica
|
|
|
Capital |
Juros |
|
Junho 30 |
― |
1855 |
£ 20.736:000 |
622:000 |
|
» |
|
1856 |
20.974:000 |
629:000 |
£ 7:000 |
» |
|
1857 |
22.215:000 |
666:000 |
37:000 |
» |
|
1858 |
24.165:000 |
725:000 |
59:000 |
» |
|
1859 |
25.588:000 |
767:000 |
42:000 |
» |
|
1860 |
27.834:000 |
835:000 |
68:000 |
» |
|
1861 |
29.117:000 |
875:000 |
40:000 |
» |
|
1862 |
33.300:000 |
999:000 |
124:000 |
» |
|
1863 |
38.928:000 |
1.168:000 |
169:000 |
» |
|
1864 |
41.207:000 |
1.236:000 |
68:000 |
» |
|
1865 |
42.454:000 |
1.262:000 |
26:000 |
» |
|
1866 |
43.255:000 |
1.297:000 |
35:000 |
» |
|
1867 |
47.333:000 |
1.441:000 |
144:080 |
Outub. 30 |
― |
1869 |
59.333:000 |
1.801:000 |
360:000 |
|
|
|
|
|
|
13 |
anos |
Augmentou o encargo |
£
1.089:000 |
Comparando ainda, no mesmo periodo, a receita e despeza, em
concorrencia com a divida publica fundada de Portugal comparada
com as de todas as nações da Europa,
demonstra-se, que as dividas
de Inglaterra, da Grecia e da Netherlands são eguaes a dez
vezes a
receita publica, tendo a Inglaterra saldo positivo muito importante
e as outras, receita egual á despeza, emquanto Portugal tem
uma
divida egual a quinze vezes a sua receita, com um
deficit egual
á terça parte da receita cobravel, o que se
demonstra no seguinte
mappa.
[6]
Receita, despeza e divida publica dos Receita, despeza e
divida publica
dos principaes
estados da Europa
1869
|
Receita |
Despeza |
Divida
Pública |
Quantos
annos de receita
representa a divida |
Austria, Cisleithania |
£
29.628:417 |
£
29.932:667 |
£210.686:290 |
7 |
|
Austria, Transleithania |
12.924:059 |
15.403:859 |
96.294:823 |
5 |
|
Belgica |
7.061:000 |
7.059:127 |
27.360:960 |
4 |
|
Dinamarca |
2.554:126 |
2.533:630 |
13.239:872 |
5 |
|
França |
85.148:872 |
85.133:626 |
553.268:928 |
6 |
1⁄2 |
Prussia |
25.130:477 |
25.130:477 |
65.186:368 |
2 |
1⁄2 |
Saxonia |
2.005:659 |
2.005:659 |
11.289:609 |
5 |
1⁄2 |
Bavaria |
4.875:715 |
4.875:715 |
29.669:267 |
6 |
|
Wurtemberg |
1.790:151 |
1.790:151 |
10.571:706 |
6 |
|
Inglaterra |
72.591:991 |
75.497:816 |
749.314:132 |
10 |
|
Grecia |
1.196:714 |
1.619:575 |
12.035:000 |
10 |
|
Italia |
31.155:521 |
39.918:618 |
251.000:000 |
8 |
|
Netherlands |
8.069:719 |
8.060:585 |
80.642:409 |
10 |
|
Portugal |
3.757:808 |
5.120:836 |
59.330:000 |
15 |
|
Russia |
66.038:278 |
66.038:278 |
240.110:000 |
4 |
|
Hespanha |
25.846:747 |
26.564:768 |
225.093:091 |
9 |
|
Suecia |
2.311:682 |
2.427:722 |
6.063:791 |
2 |
1⁄2 |
Norwega |
1.116:220 |
1.116:220 |
674:900 |
|
1⁄2 |
Switzerland |
854:505 |
813:743 |
611:797 |
|
1⁄2 |
Turquia |
14.500:000 |
17.000:000 |
88.413:363 |
6 |
|
Se esta eloquente voz dos dados estatisticos faz impressão
dolorosa
no animo menos previdente, essa impressão seria sem duvida
modificada vendo crescer ao lado de encargos tam pesados
a fonte de nova riqueza, fomentada pelo emprego das sommas
que, dos emprestimos, deviam applicar-se, e se applicaram, aos
melhoramentos de que devia approveitar a fortuna publica.
Não succede porém assim e a somma da nossa
exportação é
quasi estacionaria, senão decrescente, emquanto as outras
nações
constantemente addicionam á sua fortuna milhões e
milhões
de libras, producto da boa applicação do seu
credito e do juizo
com que se prestam a fazerem sacrificios para o sustentarem.
Tambem os mappas officiaes nacionaes e estrangeiros nos revelam
qual é o estado do nosso commercio.
Eis como elles fallam:
[7]
Total da exportação
1854 |
|
Réis |
10.469:983$000 |
1855 |
|
» |
9.763:390$500 |
1856 |
|
» |
12.066:133$100 |
1861 |
|
» |
10.540:746$200 |
1865 |
|
» |
12.061:614$500 |
1866 |
|
» |
12.816:264$200 |
1867 |
|
» |
11.806:754$900 |
1868 |
|
» |
12.140:761$800 |
Se ainda quizermos comparar o progresso do nosso commercio,
com a nação com a qual a natureza tornou mais
necessarias as
trocas dos nossos productos, achamos a mesma
revelação melancolica
de um estado morbido em uma d'ellas, e não é de
certo
a Inglaterra que accusa essa morbidez, no largo desinvolvimento
que a sua riqueza tem tido, nem no phrenesi com que tem libertado
de direitos todos os artigos necessarios á vida do povo
inglez.
Eis o que diz o mappa da nossa importação e
exportação com
o Reino Unido.
[8]
Continente |
Açores e
Madeira |
Total |
1854 |
{ |
Importação |
|
£
1.519:600 |
£
128:855 |
£ 1.648:455 |
{ |
Exportação |
|
2.101:126 |
373:707 |
2.474:833 |
1855 |
{ |
Importação |
|
1.533:371 |
132:588 |
1.665:959 |
{ |
Exportação |
|
1.962:044 |
331:449 |
2.293:493 |
1856 |
{ |
Importação |
|
1.889:224 |
94:654 |
1.983:878 |
{ |
Exportação |
|
2.164:090 |
266:228 |
2.430:318 |
1857 |
{ |
Importação |
|
1.779:861 |
123:034 |
1.902:895 |
{ |
Exportação |
|
2.148:723 |
289:487 |
2.438:210 |
1858 |
{ |
Importação |
|
1.669:910 |
134:541 |
1.804:451 |
{ |
Exportação |
|
1.079:775 |
337:237 |
1.417:012 |
1859 |
{ |
Importação |
|
1.671:072 |
106:100 |
1.777:172 |
{ |
Exportação |
|
1.510:740 |
285:457 |
1.796:197 |
1860 |
{ |
Importação |
|
2.041:236 |
167:387 |
2.208:623 |
{ |
Exportação |
|
1.880:149 |
398:633 |
2.278:782 |
1861 |
{ |
Importação |
|
2.356:105 |
164:623 |
2.520:728 |
{ |
Exportação |
|
1.962:899 |
434:524 |
2.397:423 |
1862 |
{ |
Importação |
|
1.888:225 |
159:887 |
2.048:112 |
{ |
Exportação |
|
2.040:396 |
363:816 |
2.404:212 |
1863 |
{ |
Importação |
|
2.658:268 |
£
169:467 |
£
2.827:735 |
{ |
Exportação |
|
2.333:809 |
338:923 |
2.672:732 |
1864 |
{ |
Importação |
|
2.475:354 |
205:941 |
2.681:295 |
{ |
Exportação |
|
2.202:506 |
359:313 |
2.561:819 |
1865 |
{ |
Importação |
|
2.550:853 |
163:248 |
2.714:091 |
{ |
Exportação |
|
2.471:801 |
378:483 |
2.850:234 |
1866 |
{ |
Importação |
|
2.369:600 |
226:929 |
2.595:529 |
{ |
Exportação |
|
2.517:828 |
400:601 |
2.918:429 |
1867 |
{ |
Importação |
|
2.119:875 |
196:473 |
2.316:348 |
{ |
Exportação |
|
2.324:241 |
375:647 |
2.699:888 |
1868 |
{ |
Importação |
|
2.317:007 |
296:436 |
2.613:443 |
{ |
Exportação |
|
2.252:858 |
458:161 |
2.711:019 |
Postas assim as causas geraes de uma grande crise financeira,
revelado um perigo imminente para todos quantos hoje dependem
da manutenção do credito publico;
ameaçada a nacionalidade
pelas causas que imperam na geral inquietação da
Europa, a
attenção do povo era chamada para a
resolução d'este problema
de que pendia o seu futuro.
A divida fluctuante externa foi o primeiro ponto para o qual
a solicitude do ministro da fazenda se dirigiu.
Eis qual era o seu estado.
Mappa da divida fluctuante em 30 de abril de 1869
(Diario da camara, sessão
de 3 de junho, pag. 238)
Société
générale de Paris
Capital |
900:000$000 |
|
|
Juros, 6 mezes (5 de maio a 5 de
novembro |
27:000$000 |
|
|
Commissão (6% por
renovação,
supp.do só
uma |
54:000$000 |
|
|
|
|
981:000$000 |
|
|
|
|
15% |
J. J. Macksensie
Capital |
90:000$000 |
|
|
Juro 18% (6
mezes) |
8:100$000 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
98:100$000 |
|
|
|
|
18% |
[9]
Fruhling & Goschen
Capital |
81:000$000 |
|
|
Juro 10%, 5 mezes (31 de maio
a 31 de
outubro) |
3:361$500 |
|
|
Corretagem (1⁄4
por
mez |
1:012$500 |
|
|
|
|
85:374$000 |
|
|
|
|
12 1⁄4% |
C. de Murrieta & C.a
Capital |
90:000$000 |
|
|
Juro 8%, 5 mezes (1 de junho a
1 de
novembro) |
2:970$000 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
92:970$000 |
|
|
|
|
8% |
Crédit Lyonnais de Paris
Capital |
450:000$000 |
|
|
Juros 6%, 5 mezes (2 de junho
a 2 de
novembro) |
11:250$000 |
|
|
Commissão 8% (450:000$000
x 8% supp.do só 1
reforma) |
36:000$000
|
|
|
|
|
497:250$000 |
|
G. & A. Worms
Capital |
45:000$000 |
|
|
Juros 8% 5 mezes (3 de junho a
3 de
novembro) |
1:485$000 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
46:485$000 |
|
|
|
|
8% |
Pinto Leite & Sobrinhos
Capital |
45:000$000 |
|
|
Juros 8%, 5 mezes (3 de junho a
3 de
novembro) |
1:485$000 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
46:485$000 |
|
|
|
|
8% |
C. de Murrieta & C.a
Capital |
45:000$000
|
|
|
Juros 8%, 5 mezes (4 de junho a
4 de
novembro) |
1:485$000 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
46:485$000 |
|
|
|
|
8% |
Société
générale de Paris
Capital |
900:000$000 |
|
|
Juros 6%, 5 mezes (4 de junho
a 4 de
novembro) |
22:500$000 |
|
|
Commissão (6% = 900:000$000
x 6%)
= |
54:000$000 |
|
|
|
|
976:500$000 |
|
|
|
|
22 2⁄5 |
[10]
J. F. Hillel
Capital |
360:000$000 |
|
|
Juros 9%, 5 mezes (6 de junho
a 6 de
novembro) |
13:500$000
|
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
373:500$000 |
|
|
|
|
7% |
Stern Brothers
Capital |
472:500$000 |
|
|
Juros 12 1⁄2%,
5 mezes (9 de junho
a 9 de
novembro) |
24:570$000 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
497:070$000 |
|
|
|
|
12 1⁄2% |
Société
générale de Paris
Capital |
180:000$000 |
|
|
Juros 6%, 5 mezes (10 de junho
a 10 de
novembro) |
4:500$000 |
|
|
Commissão 6% (180:000$000 x
6%)
= |
10:800$000 |
|
|
|
|
185:300$000 |
|
|
|
|
22 2⁄5 |
Beer & C.a
Capital |
45:000$000 |
|
|
Juros 17%, 5 mezes (13 de junho
a 13 de
novembro) |
3:150$000 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
48:150$000 |
|
|
|
|
17% |
Fruhling & C.a
Capital |
2.327:580$000 |
|
|
Juros 10%, 3 1⁄2
mezes (15 de junho
a 1 de
outubro) |
67:499$820 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
2.395:079$820 |
|
|
|
|
10% |
E. Erlanger e Th. da Chambre &
C.ie
Capital |
450:000$000 |
|
|
Juros 15%, 4 mezes (17 de junho
a 17 de
outubro) |
22:500$000 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
472:500$000 |
|
|
|
|
15% |
Beer & C.a
Capital |
72:000$000 |
|
|
Juros 17 %, 4 mezes (18 de junho
a 18 de
outubro) |
4:032$000 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
76:032$000 |
|
|
|
|
17% |
[11]
Stern Brothers
Capital |
351:000$000 |
|
|
Juros 12 1⁄2%,
4 mezes (30 de
junho a 30 de
outubro |
14:601$600 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
365:601$600 |
|
|
|
|
12 1⁄2% |
Charles Morrison
Capital |
112:500$000 |
|
|
Juros 12 1⁄2%,
4 mezes (2 de julho
a 2 de
novembro) |
4:680$000 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
117:180$000 |
|
|
|
|
12 1⁄2% |
J. F. Hillel
Capital |
45:000$000 |
|
|
Juros 12 1⁄2%,
4 mezes (5 de julho
a 5 de
novembro) |
1:872$000 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
46:872$000 |
|
|
|
|
12 1⁄2% |
Fruhling & Goschen
Capital |
193:500$000 |
|
|
Juros 10%, 2 1⁄2
mezes (17 de
agosto a 1 de
novembro) |
4:005$450 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
197:505$450 |
|
|
|
|
10% |
Charles Morrison
Capital |
112:500$000 |
|
|
Juros 12 1⁄2%,
1 mez (2 de outubro
a 2 de
novembro) |
1:170$000 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
113:670$000 |
|
|
|
|
12 1⁄2% |
Operações de saques sobre a
agencia
Saque em 4 de
maio |
110:400$000 |
|
|
Juros 10%, 6 mezes (4 de maio
a 4 de
novembro |
5:520$000 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
115:920$000 |
|
Saque em 13 de
maio |
75:800$000 |
|
|
Juros 10%,
5 1⁄2
mezes (13 de maio
a 1 de
novembro |
3:456$480 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
79:256$480 |
|
Saque em 13 de
julho |
27:941$405 |
|
|
Juros 10%, 3 1⁄2
mezes (13 de julho
a 1 de
novembro |
810$300 |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
28:751$705 |
|
Saque em 2 de
junho |
50:000$000 |
|
|
Juros |
-$- |
|
|
Commissão |
-$- |
|
|
|
|
50:000$000 |
|
|
|
|
|
|
|
8.043:035$055 |
|
|
|
|
|
[12]
Os juros d'ella que eram de 8 a 22
1⁄2%
com toda a qualidade
de extorsão feita por uma banda negra de abutres, arvorados
em agentes do governo portuguez, achava-se concentrada hoje
em mãos de pessoas honradas e os seus encargos,
successivamente
reduzidos, desciam com a perspectiva de elevação
das receitas, e
com a esperança de que os mercados da Europa, não
seriam
innundados de novos titulos de futuros emprestimos.
Eis qual era o estado da divida fluctuante interna e externa
em 20 de maio de 1870.
No paiz
emprestimos
por
intervenção do banco de portugal
|
|
Juro |
Commissão |
Para outubro e
novembro 1870 |
590:600$000 |
7 |
1⁄8 |
|
1⁄2 |
Banco de
Portugal |
80:000$000 |
6 |
|
― |
»
» |
320:000$000 |
7 |
1⁄2 |
― |
Diversos |
2.559:565$000 |
7 |
1⁄2 |
|
1⁄2 |
J. G.
Franco |
150:000$000 |
7 |
1⁄2 |
2 |
|
Banco
Alliança |
100:000$000 |
7 |
1⁄2 |
2 |
|
J. C.
Franco |
150:000$000 |
7 |
1⁄2 |
2 |
1⁄2 |
Ministerio da
guerra |
302:531$676 |
5 |
|
― |
|
|
|
|
|
|
|
4.252:696$676 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
No estrangeiro
|
|
Juro |
Commissão |
Crédit
Lyonnais |
450:000$000 |
6 |
|
8 |
»
» |
450:000$000 |
6 |
|
4 |
»
» |
450:000$000 |
6 |
|
6 |
Norddeustchi Bank |
1.360:000$000 |
13 |
|
0 |
Murrieta |
225:000$000 |
9 |
1⁄2 |
― |
Société
générale |
171:000$000 |
10 |
|
― |
Stern Brothers |
999:000$000 |
12 |
|
― |
Saques sobre a agencia |
373:914$182 |
― |
― |
»
»
» |
702:475$395 |
9 |
|
― |
|
|
|
|
|
|
5.171:389$577
|
― |
― |
|
|
|
|
|
Cumpre advertir que, dos saques do thesouro sobre a agencia
financial na importancia de 702.475:395 (operação
realisada com
o encargo total de 9% ao anno) 100:000 £, ou 450:000$000
foram applicados á amortisação da
divida de Stern Brothers que
[13]
vencia 12%, e que o resto da mesma divida foi reformada por
iniciativa dos mesmos banqueiros a 10% ao anno, e bem assim,
que o restante dos mesmos saques £ 56.354,9,7 ou 252:475$395
réis estavam á disposição
da agencia, para satisfazer aos encargos
que se fossem vencendo. Deve portanto abater-se estas duas
quantias da somma total da divida fluctuante externa que assim
fica reduzida
a |
4.469:914$182 |
era a divida externa em fevereiro
28 |
6.179:449$660 |
|
|
Amortisou-se
portanto |
1.709:535$478 |
|
|
A divida que, em 11 de agosto de 1869, era de |
7.853:243$845 |
Reduzida como acima
a |
4.469:914$182 |
|
|
Dá uma diminuição
total
de |
3.383:329$663 |
|
|
Todas as vendas de fundos realisadas posteriormente á
emissão
de 2 de novembro, bem como as prestações
recebidas em
Londres, foram integralmente applicadas á
amortisação da divida
e, comquanto não se possa fixar a importancia das vendas
feitas
depois da ultima conta, junta ao relatorio apresentado ás
côrtes,
e pela qual, era o saldo por collocar de £ 4.750:000,
é certo que
ellas não excederam a somma de 300:000 £, ficando
pois em
ser £ 4.250:000.
Esta somma a 34, que era o preço por que se estavam vendendo
(e com probabilidade de augmento), produziriam
4:250$000 £ a
34% |
|
|
1.445:000 |
Abatendo commissão Stern
1 3⁄4 |
|
|
74:375 |
|
|
|
|
|
Resto
liquido |
|
1.370:695 |
A divida é
de |
|
£ |
993:430 |
|
|
|
|
|
Saldo |
£ |
377:195 |
|
|
|
|
Quantia a que accresce qualquer prestação, que
houvesse por
cobrar sobre os bonds emittidos ou vendidos.
O juro da divida externa em 11 de agosto ascendia a réis
1.048:614$000, em 20 de maio era de 475:785$000 réis.
A divida interna em agosto de
1869 |
|
4.854:121$676 |
»
em maio de
1870 |
|
4.242:696$676 |
|
|
|
|
Diminuição |
601:425$000 |
|
|
|
[14]
Para esclarecimento completo do publico devo declarar, que se
achava contractado com Mr. Stern Brothers a remissão da
divida
de £ 300:000, em poder do Norddenstake Bank a juro de
13%, e que, como deve constar da correspondencia dos mesmos
banqueiros ficaria pagando, até se resgatar, o juro liquido
de 10%.
Tinha-se approvado a contribuição industrial, e
com ella offertas
se fizeram logo ao governo para reduzir os juros da divida
fluctuante interna e externa; com ella se principiava a levantar
no horisonte do nosso credito uma lisongeira esperança de
collocar
o resto do emprestimo e de resgatar os penhores das
operações
mais ruinosas que nação alguma tenha
jámais feito, ainda
nos actos de maior desesperação.
Acha-se o meu nome entre os dos que regeitaram aquella proposta
de lei. Nenhum merecimento me cabe nos resultados que
ella produziu lá fora; mas eu como que tinha um
presentimento
de que me era necessario a todo o custo manter na sua mais genuina
integridade os direitos foros e immunidades do parlamento.
Eu offereci o dinheiro, que se calculava dever provir da
auctorisação,
que o governo pedia, mas neguei ao poder legislativo,
delegado do povo, legitimidade para transferir os seus poderes
de legislar!
Era um principio que o sr. Vicente Ferrer, professor da universidade,
tinha ensinado a duas gerações, e com a sua
grande voz
tinha confirmado na tribuna
Delegatus non potest delegare.
A camara nem sequer admittiu á discussão a minha
proposta!
É que ella tinha confiança em si, que eu
invejava, ou que o
peccado dos parlamentos, que succederam á
situação caída em
1865 se tinha inoculado no espirito dos seus representantes, que
sustentavam a situação derribada!
Votava-se a contribuição pessoal. Estava
distribuida a parte
mais difficil para a regeneração das
finanças, a contribuição predial.
Para que o povo comprehenda bem a difficuldade d'esta grande
questão, dar-lhe-hei o mappa de todo o reino, por districtos
e por
concelhos, afim de que, cada um, na sua localidade, possa avaliar
que de iniquidades existem no systema pelo qual esta
contribuição
se distribue!
[15]
Sem este estudo era impossivel conceber a grandeza do mal,
nem cogitar a possibilidade do remedio.
Esta obra é a dos louvados; das camaras municipaes; das
juntas geraes; dos governos e dos parlamentos.
Confesso que excedeu tudo quanto eu podia imaginar e que,
d'ella, tirei argumentos, razões e
convicção que me levavam,
como na contribuição industrial, a regeitar os
projectos de lei
que o governo apresentava para obviar a este mal, mudando
para a quota o systema de repartição.
Vejamos porém o que existia no reino, em casa de cada um
sobre as avaliações do rendimento collectavel, e
distribuição da
contribuição predial.
Nota do rendimento collectavel das matrizes prediaes
no continente
Districtos |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Contingente
sem
addicionaes |
Aveiro |
65.638 |
254.715 |
853:038$592 |
64:621$000 |
Beja |
34.151 |
134.332 |
1.036:176$812 |
64:807$000 |
Braga |
79.974 |
328.355 |
1.026:874$949 |
107:861$000 |
Bragança |
37.923 |
151.552 |
815:192$925 |
53:488$000 |
Castello Branco |
39.494 |
157.212 |
563:334$629 |
49:313$000 |
Coimbra |
70.560 |
275.609 |
1.349:642$966 |
79:559$000 |
Evora |
24.532 |
93.954 |
997:466$780 |
86:038$000 |
Faro |
43.394 |
164.381 |
1.073:890$713 |
61:202$000 |
Guarda |
54.383 |
219.887 |
852:635$002 |
55:485$000 |
Leiria |
40.870 |
169.687 |
681:250$680 |
49:645$000 |
Lisboa |
117.912 |
438.183 |
5.132:603$361 |
405:400$470 |
Portalegre |
25.168 |
91.788 |
943:597$897 |
75:901$000 |
Porto |
110.528 |
408.116 |
2.153:957$683 |
152:330$000 |
Santarem |
49.383 |
186.733 |
1.322:013$653 |
119:734$530 |
Vianna |
51.248 |
201.823 |
749:099$052 |
67:227$000 |
Villa Real |
50.713 |
208.247 |
824:378$228 |
65:243$000 |
Vizeu |
88.002 |
360.130 |
1.788:500$957 |
91:156$000 |
|
|
|
|
|
|
|
|
22.163:654$879 |
1649:211$000 |
1868
RENDIMENTO COLLECTAVEL
E
CONTINGENTES DA CONTRIBUIÇÃO PREDIAL
[19]
Districto de Aveiro
Concelhos |
Freguezias |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Agueda |
18 |
4:656 |
17:330 |
44:621$949 |
Albergaria a
Velha |
8 |
3:224 |
11:570 |
22:014$110 |
Anadia |
12 |
3:914 |
13:475 |
69:262$325 |
Arouca |
20 |
3:604 |
16:182 |
60:252$590 |
Aveiro |
9 |
4:707 |
17:988 |
105:233$196 |
Castello de
Paiva |
9 |
1:901 |
8:278 |
17:714$791 |
Estarreja |
9 |
8:815 |
29:309 |
142:191$310 |
Feira |
37 |
10:833 |
43:160 |
109:113$862 |
Ilhavo |
1 |
2:070 |
10:728 |
29:841$160 |
Macieira de
Cambra |
9 |
2:156 |
10:804 |
19:495$350 |
Mealhada |
6 |
1:803 |
7:319 |
38:220$956 |
Oliveira de
Azemeis |
20 |
6:317 |
24:934 |
52:750$176 |
Oliveira de
Barro |
7 |
2:996 |
9:046 |
46:065$018 |
Ovar |
4 |
4:527 |
17:229 |
48:047$049 |
Sever |
8 |
1:657 |
7:493 |
14:020$000 |
Vagos |
3 |
2:458 |
9:861 |
34:221$750 |
|
|
|
|
|
Somma |
180 |
65:638 |
254:706 |
853:038$592 |
Concelhos |
Contingente sem addicionaes |
Percentagem |
Sem addicionaes[1] |
Com addicionaes[2] |
Agueda |
3:376$613 |
7,828 |
11,178 |
Albergaria a
Velha |
1:665$842 |
8,094 |
11,559 |
Anadia |
5:249$661 |
7,743 |
11,058 |
Arouca |
4:557$182 |
7,758 |
11,079 |
Aveiro |
7:967$988 |
7,783 |
11,114 |
Castello de
Paiva |
1:340$173 |
8,236 |
11,761 |
Estarreja |
10:802$982 |
7,763 |
11,085 |
Feira |
8:263$534 |
7,786 |
11,119 |
Ilhavo |
2:259$554 |
7,959 |
11,365 |
Macieira de
Cambra |
1:475$244 |
8,175 |
11,673 |
Mealhada |
2:892$240 |
7,870 |
11,238 |
Oliveira de
Azemeis |
3:991$689 |
7,779 |
11,108 |
Oliveira de
Barro |
3:485$812 |
7,823 |
11,172 |
Ovar |
3:641$960 |
7,808 |
11,150 |
Sever |
1:060$915 |
8,415 |
12,016 |
Vagos |
2:589$611 |
7,914 |
11,311 |
|
|
|
|
Somma |
64$621$000 |
|
|
[20]
Districto de Beja
Concelhos |
Freguezias |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Aljustrel |
5 |
1:755 |
6:953 |
92:777$052 |
Almodovar |
8 |
2:367 |
10:337 |
52:495$065 |
Alvito |
4 |
1:230 |
4:585 |
82:862$549 |
Barrancos |
1 |
491 |
1:903 |
7:554$199 |
Beja |
17 |
5:004 |
17:630 |
214:708$747 |
Castro
Verde |
5 |
1:893 |
5:977 |
41:606$068 |
Cuba |
5 |
1:486 |
5:869 |
51:558$819 |
Ferreira |
5 |
1:374 |
5:597 |
44:777$631 |
Mertola |
9 |
3:166 |
12:579 |
57:505$950 |
Moura |
11 |
3:867 |
15:893 |
97:960$824 |
Odemira |
13 |
4:790 |
20:623 |
100:347$190 |
Ourique |
5 |
1:837 |
7:093 |
48:823$560 |
Serpa |
9 |
2:749 |
10:949 |
83:936$295 |
Vidigueira |
5 |
2:152 |
7:398 |
59:262$863 |
|
|
|
|
|
Somma |
102 |
34:161 |
134:332 |
1.036:176$812 |
Concelhos |
Contingente sem addicionaes |
Percentagem |
Sem addicionaes[1] |
Com addicionaes[2] |
Aljustrel |
3:513$600 |
3,911 |
5,586 |
|
|
Almodovar |
3:932$300 |
7,711 |
11,001 |
|
|
Alvito |
4:148$600 |
5,146 |
5,146 |
|
|
Barrancos |
477$800 |
7,857 |
11,221 |
|
|
Beja |
13:237$000 |
6,274 |
8,960 |
|
|
Castro
Verde |
2:827$900 |
7,075 |
10,103 |
|
|
Cuba |
2:604$400 |
5,279 |
7,540 |
|
|
Ferreira |
3:629$600 |
8,364 |
11,944 |
|
|
Mertola |
2:971$400 |
5,368 |
7,666 |
|
|
Moura |
8:421$700 |
8,845 |
12,631 |
|
|
Odemira |
5:057$900 |
5,155 |
7,362 |
|
|
Ourique |
2:768$900 |
5,908 |
8,438 |
|
|
Serpa |
7:131$600 |
8,634 |
12,329 |
|
|
Vidigueira |
4:084$300 |
7,087 |
10,120 |
|
|
|
|
|
|
|
|
Somma |
64:807$000 |
|
|
|
|
[21]
Districto de Braga
Concelhos |
Freguezias |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Amares |
24 |
2:487 |
11:909 |
25:189$753 |
Barcellos |
87 |
11:459 |
47:856 |
131:504$912 |
Braga |
59 |
11:337 |
46:904 |
222:567$467 |
Cabeceiras de
Basto |
16 |
3:519 |
15:563 |
37:077$105 |
Celorico de
Basto |
22 |
5:165 |
21:246 |
48:651$319 |
Espozende |
15 |
3:229 |
14:151 |
38:322$803 |
Fafe |
35 |
6:078 |
27:413 |
66:127$866 |
Guimarães |
81 |
11:716 |
43:477 |
178:040$494 |
Povoa de
Lanhoso |
27 |
4:131 |
17:924 |
64:253$819 |
Terras do
Bouro |
17 |
1:797 |
7:642 |
12:953$157 |
Vieira |
20 |
3:279 |
14:690 |
33:153$129 |
Villa Nova de Familicão |
47 |
7:307 |
28:101 |
97:538$324 |
Villa
Verde |
58 |
8:112 |
31:479 |
71:394$801 |
|
|
|
|
|
Somma |
508 |
78:497 |
328:355 |
1.026:874$949 |
Concelhos |
Contingente sem addicionaes |
Percentagem |
Sem addicionaes[1] |
Com addicionaes[2] |
Amares |
4:072$045 |
16,619 |
|
|
23,732 |
|
|
Barcellos |
14:834$205 |
11,472 |
|
|
16,382 |
|
|
Braga |
18:186$345 |
8,435 |
|
|
12,045 |
|
|
Cabeceiras de
Basto |
4:636$795 |
12,814 |
|
|
18,298 |
|
|
Celorico de
Basto |
6:098$855 |
12,271 |
|
|
18,236 |
|
|
Espozende |
3:654$605 |
9,847 |
|
|
14,061 |
|
|
Fafe |
7:107$200 |
10,893 |
|
|
15,556 |
|
|
Guimarães |
18:322$745 |
10,438 |
|
|
14,905 |
|
|
Povoa de
Lanhoso |
5:846$190 |
9,276 |
|
|
13,247 |
|
|
Terras do
Bouro |
2:633$025 |
21,209 |
|
|
30,286 |
|
|
Vieira |
4:345$700 |
13,452 |
|
|
19,210 |
|
|
Villa Nova de Famalicão |
8:633$975 |
9,094 |
|
|
12,986 |
|
|
Villa
Verde |
9:489$315 |
13,611 |
|
|
19,437 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Somma |
107:861$000 |
|
|
|
|
|
|
[22]
Districto de Bragança
Concelhos |
Freguezias |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Alfandega da
Fé |
21 |
1:695 |
7:701 |
50:000$530 |
Bragança |
50 |
5:699 |
24:440 |
167:137$130 |
Carrazeda de
Anciães |
21 |
2:832 |
10:894 |
57:218$210 |
Freixo de Espada á Cinta |
5 |
1:478 |
7:003 |
26:864$402 |
Macedo de Cavalleiros |
39 |
4:886 |
16:920 |
78:921$665 |
Miranda |
15 |
2:120 |
8:645 |
51:781$115 |
Mirandella |
37 |
3:636 |
15:697 |
100:217$131 |
Mogadouro |
34 |
3:497 |
13:424 |
85:379$640 |
Moncorvo |
21 |
3:346 |
12:830 |
61:148$905 |
Villa
Flor |
19 |
2:733 |
8:123 |
43:720$620 |
Vimioso |
13 |
2:310 |
9:428 |
39:388$800 |
Vinhaes |
35 |
4:021 |
15:347 |
53:414$777 |
|
|
|
|
|
Somma |
310 |
37:923 |
151:552 |
815:192$925 |
Concelhos |
Contingente sem addicionaes |
Percentagem |
Sem addicionaes[1] |
Com addicionaes[2] |
Alfandega da
Fé |
2:746$000 |
5,728 |
8,179 |
|
|
Bragança |
7:648$000 |
4,717 |
6,736 |
|
|
Carrazeda de
Anciães |
4:183$000 |
7,516 |
10,734 |
|
|
Freixo de Espada á Cinta |
2:150$000 |
8,442 |
12,056 |
|
|
Macedo de Cavalleiros |
6:212$000 |
8,170 |
11,667 |
|
|
Miranda |
2:661$000 |
5,366 |
7,664 |
|
|
Mirandella |
6:715$000 |
6,936 |
9,904 |
|
|
Mogadouro |
4:200$000 |
5,057 |
7,222 |
|
|
Moncorvo |
5:411$500 |
9,042 |
12,913 |
|
|
Villa
Flor |
3:800$000 |
8,961 |
12,797 |
|
|
Vimioso |
2:760$500 |
7,308 |
10,436 |
|
|
Vinhaes |
5:201$000 |
9,905 |
14,145 |
|
|
|
|
|
|
|
|
Somma |
53:688$000 |
|
|
|
|
[23]
Districto de Castello Branco
Concelhos |
Freguezias |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Belmonte |
4 |
1:171 |
4:372 |
14:004$222 |
Castello
Branco |
14 |
5:783 |
23:519 |
94:114$470 |
Certã |
14 |
3:543 |
15:502 |
37:826$856 |
Covilhã |
26 |
7:293 |
27:082 |
86:323$528 |
Fundão |
31 |
6:650 |
25:505 |
113:556$994 |
Idanha a
Nova |
15 |
3:985 |
16:436 |
71:358$950 |
Oleiros |
11 |
1:876 |
7:981 |
21:570$711 |
Penamacor |
12 |
2:394 |
9:259 |
32:887$735 |
Proença a
Nova |
4 |
1:719 |
7:803 |
28:840$504 |
S. Vicente da
Beira |
8 |
1:843 |
7:127 |
25:377$390 |
Villa de
Rei |
5 |
2:034 |
8:332 |
17:518$469 |
Villa Velha de
Rodão |
4 |
1:203 |
4:292 |
19:954$800 |
|
|
|
|
|
Somma |
148 |
39:494 |
157:212 |
563:334$629 |
Concelhos |
Contingente sem addicionaes |
Percentagem |
Sem addicionaes[1] |
Com addicionaes[2] |
Belmonte |
1:437$475 |
11,121 |
|
|
15,881 |
|
|
Castello
Branco |
7:742$207 |
8,426 |
|
|
12,118 |
|
|
Certã |
7:350$243 |
19,748 |
|
|
28,200 |
|
|
Covilhã |
7:391$410 |
8,846 |
|
|
12,624 |
|
|
Fundão |
8:500$275 |
7,696 |
|
|
10,991 |
|
|
Idanha a
Nova |
5:446$944 |
7,801 |
|
|
11,140 |
|
|
Oleiros |
1:186$805 |
6,058 |
|
|
8,651 |
|
|
Penamacor |
3:187$315 |
10,056 |
|
|
14,036 |
|
|
Proença a
Nova |
1:625$095 |
6,049 |
|
|
8,638 |
|
|
S. Vicente da
Beira |
2:888$814 |
11,856 |
|
|
16,931 |
|
|
Villa de
Rei |
1:318$437 |
8,021 |
|
|
11,725 |
|
|
Villa Velha de
Rodão |
1:237$980 |
6,800 |
|
|
9,717 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Somma |
49:313$000 |
|
|
|
|
|
|
[24]
Districto de Coimbra
Concelhos |
Freguezias |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Arganil |
17 |
4:392 |
18:317 |
80:286$470 |
Cantanhede |
14 |
6:171 |
24:691 |
106:796$000 |
Coimbra |
29 |
10:502 |
40:563 |
265:726$480 |
Condeixa a
Nova |
9 |
2:554 |
9:791 |
55:915$702 |
Figueira da
Foz |
11 |
7:722 |
33:330 |
170:452$515 |
Goes |
5 |
2:529 |
10:449 |
28:240$070 |
Lousã |
5 |
4:348 |
9:485 |
37:550$000 |
Mira |
1 |
1:803 |
5:159 |
28:277$500 |
Miranda do
Corvo |
4 |
2:794 |
10:217 |
36:025$097 |
Montemór o
Velho |
14 |
5:244 |
19:816 |
143:234$000 |
Oliveira do Hospital |
19 |
5:119 |
23:449 |
90:886$713 |
Pampilhosa |
10 |
1:878 |
6:077 |
23:932$057 |
Penacova |
9 |
3:291 |
13:969 |
35:294$000 |
Penella |
6 |
2:323 |
9:438 |
33:539$377 |
Poyares |
4 |
1:496 |
6:425 |
16:809$000 |
Soure |
11 |
4:294 |
17:143 |
120:753$125 |
Tabua |
16 |
4:100 |
17:240 |
75:924$860 |
|
|
|
|
|
Somma |
184 |
70:560 |
275:609 |
1.349:642$966 |
Concelhos |
Contingente sem addicionaes |
Percentagem |
Sem addicionaes[1] ** |
Com addicionaes[2] |
Arganil |
3:750$000 |
4,811 |
6,870 |
|
|
Cantanhede |
5:400$000 |
5,268 |
7,523 |
|
|
Coimbra |
18:950$000 |
7,261 |
10,369 |
|
|
Condeixa a
Nova |
3:850$000 |
7,088 |
10,122 |
|
|
Figueira da
Foz |
9:650$000 |
5,796 |
8,276 |
|
|
Goes |
1:450$000 |
5,544 |
7,917 |
|
|
Lousã |
2:300$000 |
6,436 |
9,191 |
|
|
Mira |
1:850$000 |
6,959 |
9,937 |
|
|
Miranda do
Corvo |
2:100$000 |
6,158 |
8,749 |
|
|
Montemór o
Velho |
8:250$000 |
5,919 |
8,452 |
|
|
Oliveira do Hospital |
5:250$000 |
5,903 |
8,429 |
|
|
Pampilhosa |
1:050$000 |
5,788 |
8,266 |
|
|
Penacova |
1:802$000 |
5,438 |
7,766 |
|
|
Penella |
2:948$000 |
9,137 |
13,048 |
|
|
Poyares |
834$000 |
5,662 |
8,085 |
|
|
Soure |
5:850$000 |
5,034 |
7,189 |
|
|
Tabua |
4:275$000 |
5,781 |
8,256 |
|
|
|
|
|
|
|
|
Somma |
79:559$000 |
|
|
|
|
[25]
Districto de Evora
Concelhos |
Freguezias |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Alandroal |
7 |
1:261 |
5:255 |
60:171$968 |
Arraiollos |
8 |
1:770 |
7:433 |
77:816$877 |
Borba |
5 |
1:410 |
5:423 |
41:802$385 |
Evora |
18 |
5:072 |
18:388 |
263:170$631 |
Extremoz |
12 |
2:909 |
12:028 |
139:170$667 |
Montemór o
Novo |
16 |
2:977 |
10:281 |
120:812$545 |
Móra |
4 |
913 |
3:358 |
19:211$850 |
Mourão |
3 |
858 |
3:008 |
26:041$373 |
Portel |
8 |
1:596 |
6:070 |
59:867$171 |
Redondo |
7 |
1:464 |
6:072 |
51:002$994 |
Reguengos de
Monsarás |
5 |
1:862 |
6:835 |
47:549$737 |
Vianna |
3 |
941 |
3:899 |
35:759$591 |
Villa
Viçosa |
6 |
1:499 |
5:494 |
55:088$991 |
|
|
|
|
|
Somma |
102 |
24:532 |
93:954 |
997:466$780 |
Concelhos |
Contingente sem addicionaes |
Percentagem |
Sem addicionaes[1] |
Com addicionaes[2] |
Alandroal |
5:190$225 |
8,810 |
12,585 |
Arraiollos |
6:712$211 |
8,770 |
12,524 |
Borba |
3:605$730 |
8,890 |
12,702 |
Evora |
22:700$180 |
8,720 |
12,465 |
Extremoz |
12:004$375 |
8,810 |
12,585 |
Montemór o
Novo |
10:420$868 |
8,810 |
12,584 |
Móra |
1:657$147 |
9,210 |
13,155 |
Mourão |
2:246$237 |
9,050 |
12,935 |
Portel |
5:163$933 |
8,810 |
12,586 |
Redondo |
4:399$340 |
8,840 |
12,633 |
Reguengos de
Monsarás |
4:101$474 |
8,860 |
12,656 |
Vianna |
3:084$497 |
8,940 |
12,767 |
Villa
Viçosa |
4:751$783 |
8,830 |
12,617 |
|
|
|
|
Somma |
86:038$000 |
|
|
[26]
Districto de Faro
Concelhos |
Freguezias |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Albufeira |
3 |
1:801 |
6:610 |
49:934$533 |
Alcoutim |
5 |
2:061 |
7:496 |
21:522$030 |
Aljesur |
3 |
947 |
3:554 |
29:579$115 |
Castro
Marim |
3 |
1:728 |
7:024 |
27:363$513 |
Faro |
6 |
5:609 |
19:934 |
167:603$170 |
Lagôa |
4 |
2:334 |
8:562 |
90:419$965 |
Lagos |
5 |
2:647 |
10:217 |
79:714$263 |
Loulé |
7 |
7:084 |
25:358 |
134:061$758 |
Monchique |
3 |
1:671 |
7:562 |
24:353$682 |
Olhão |
4 |
3:654 |
15:603 |
94:231$095 |
Silves |
6 |
4:573 |
17:415 |
96:667$517 |
Tavira |
8 |
4:977 |
18:114 |
137:598$770 |
Villa do
Bispo |
4 |
784 |
2:822 |
42:671$221 |
Villa Nova de Portimão |
3 |
2:368 |
9:430 |
54:900$217 |
Villa Real de
Santo Antonio |
2 |
1:156 |
4:680 |
23:269$864 |
|
|
|
|
|
Somma |
66 |
43:394 |
164:381 |
1.073:890$713 |
Concelhos |
Contingente sem addicionaes |
Percentagem |
Sem addicionaes[1] |
Com addicionaes[2] |
Albufeira |
2:855$000 |
5,950 |
8,497 |
|
|
Alcoutim |
1:653$100 |
8,218 |
11,735 |
|
|
Aljesur |
1:379$490 |
5,066 |
7,234 |
|
|
Castro
Marim |
1:935$650 |
7,508 |
10,721 |
|
|
Faro |
8:045$800 |
4,934 |
7,046 |
|
|
Lagôa |
4:012$300 |
4,566 |
6,521 |
|
|
Lagos |
5:185$000 |
6,644 |
9,488 |
|
|
Loulé |
8:195$200 |
6,283 |
8,972 |
|
|
Monchique |
2:141$200 |
9,269 |
13,237 |
|
|
Olhão |
3:748$900 |
4,091 |
5,842 |
|
|
Silves |
6:703$800 |
7,176 |
10,248 |
|
|
Tavira |
7:829$500 |
5,847 |
8,350 |
|
|
Villa do
Bispo |
1:780$760 |
4,451 |
6,356 |
|
|
Villa Nova de Portimão |
4:095$300 |
7,665 |
10,946 |
|
|
Villa Real de
Santo Antonio |
1:641$000 |
7,520 |
10,734 |
|
|
|
|
|
|
|
|
Somma |
61:202$000 |
|
|
|
|
[27]
Districto da Guarda
Concelhos |
Freguezias |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Aguiar da
Beira |
13 |
1:818 |
6:898 |
12:421$165 |
Almeida |
12 |
1:551 |
6:320 |
37:149$134 |
Ceia |
29 |
6:775 |
30:044 |
92:232$145 |
Celorico da
Beira |
22 |
5:165 |
21:246 |
60:383$848 |
Figueira de Castello Rodrigo |
14 |
2:659 |
10:621 |
66:711$881 |
Fornos de
Algodres |
13 |
1:675 |
7:014 |
27:940$775 |
Gouveia |
23 |
4:903 |
20:390 |
76:159$579 |
Guarda |
56 |
8:200 |
32:370 |
120:973$082 |
Manteigas |
3 |
705 |
2:784 |
7:544$168 |
Meda |
9 |
1:551 |
6:019 |
24:362$454 |
Pinhel |
27 |
3:690 |
14:176 |
81:631$720 |
Sabugal |
57 |
7:727 |
31:773 |
110:133$813 |
Trancoso |
36 |
4:197 |
15:808 |
72:121$749 |
Villa Nova de
Foscôa |
25 |
3:767 |
14:224 |
62:869$789 |
|
|
|
|
|
Somma |
339 |
54:383 |
219:887 |
852:635$302 |
Concelhos |
Contingente sem addicionaes |
Percentagem |
Sem addicionaes[1] |
Com addicionaes[2] |
Aguiar da
Beira |
1:890$579 |
16,134 |
|
|
23,039 |
|
|
Almeida |
2:178$468 |
6,169 |
|
|
8,810 |
|
|
Ceia |
5:140$877 |
5,700 |
|
|
8,135 |
|
|
Celorico da
Beira |
3:924$335 |
6,686 |
|
|
9,548 |
|
|
Figueira de Castello Rodrigo |
4:074$412 |
6,277 |
|
|
8,964 |
|
|
Fornos de
Algodres |
2:116$316 |
7,980 |
|
|
11,396 |
|
|
Gouveia |
5:110$545 |
6,859 |
|
|
9,796 |
|
|
Guarda |
8:143$164 |
6,918 |
|
|
9,880 |
|
|
Manteigas |
611$538 |
9,610 |
|
|
13,723 |
|
|
Meda |
1:503$525 |
6,637 |
|
|
9,478 |
|
|
Pinhel |
4:853$877 |
6,085 |
|
|
8,689 |
|
|
Sabugal |
6:400$312 |
6,017 |
|
|
8,592 |
|
|
Trancoso |
4:400$000 |
6,258 |
|
|
8,936 |
|
|
Villa Nova de
Foscôa |
5:137$052 |
8,351 |
|
|
11,925 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Somma |
55:485$000 |
|
|
|
|
|
|
[28]
Districto de Leiria
Concelhos |
Freguezias |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Alcobaça |
18 |
5:946 |
25:045 |
86:140$266 |
Alvaiazere |
6 |
1:631 |
7:063 |
13:291$188 |
Ancião |
5 |
1:861 |
7:454 |
24:789$091 |
Batalha |
2 |
1:187 |
4:843 |
32:935$860 |
Caldas da
Rainha |
10 |
2:575 |
10:784 |
54:767$373 |
Figueiró dos Vinhos[3] |
8 |
3:360 |
13:960 |
27:726$398 |
Leiria |
23 |
8:754 |
35:839 |
180:916$257 |
Obidos |
12 |
2:840 |
12:845 |
57:638$905 |
Pedrogão
Grande |
5 |
2:234 |
9:644 |
30:844$110 |
Peniche |
5 |
1:535 |
5:934 |
33:950$143 |
Pombal |
12 |
6:139 |
25:864 |
95:721$404 |
Porto de
Moz |
11 |
2:808 |
10:402 |
42:529$685 |
|
|
|
|
|
Somma |
117 |
40:870 |
169:687 |
681:250$680 |
Concelhos |
Contingente sem addicionaes |
Percentagem |
Sem addicionaes[1] |
Com addicionaes[2] |
Alcobaça |
7:996$046 |
9,573 |
|
|
13,670 |
|
|
Alvaiazere |
1:871$067 |
14,905 |
|
|
21,284 |
|
|
Ancião |
2:230$680 |
9,445 |
|
|
13,487 |
|
|
Batalha |
1:572$642 |
5,129 |
|
|
7,324 |
|
|
Caldas da
Rainha |
3:976$139 |
7,460 |
|
|
10,654 |
|
|
Figueiró dos Vinhos[3] |
3:129$640 |
11,070 |
|
|
15,809 |
|
|
Leiria |
9:225$233 |
5,224 |
|
|
7,460 |
|
|
Obidos |
4:751$358 |
8,434 |
|
|
12,043 |
|
|
Pedrogão
Grande |
2:171$659 |
7,399 |
|
|
10,567 |
|
|
Peniche |
2:349$762 |
7,245 |
|
|
10,346 |
|
|
Pombal |
6:513$245 |
6,920 |
|
|
9,882 |
|
|
Porto de
Moz |
3:857$522 |
9,336 |
|
|
13,332 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Somma |
49:645$000 |
|
|
|
|
|
|
LISBOA
[30/31]
Districto de Lisboa
Concelhos |
Freguezias |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Alcacer do
Sal |
8 |
1:787 |
6:675 |
123:712$793 |
Alcochete |
2 |
1:110 |
4:195 |
63:443$565 |
Aldeia Gallega do
Ribatejo |
3 |
1:487 |
6:017 |
53:299$811 |
Alemquer |
14 |
4:082 |
16:920 |
217:653$109 |
Almada |
2 |
3:476 |
10:333 |
113:195$756 |
Arruda |
7 |
2:393 |
9:854 |
88:516$556 |
Azambuja |
6 |
3:429 |
12:794 |
119:650$403 |
Barreiro |
3 |
1:314 |
4:419 |
37:024$007 |
Belem |
5 |
4:742 |
16:620 |
276:744$904 |
Cadaval |
9 |
1:558 |
6:781 |
63:356$763 |
Cascaes |
3 |
1:603 |
6:284 |
57:448$536 |
Cezimbra |
2 |
1:347 |
5:413 |
26:051$838 |
Cintra |
10 |
5:864 |
21:933 |
242:801$356 |
Grandola |
4 |
1:488 |
4:985 |
31:964$087 |
|
{ |
Bairro de
Alcantara |
6 |
15:349 |
53:352 |
} |
|
|
{ |
Bairro
Alfama |
13 |
12:908 |
48:912 |
} |
|
Lisboa |
{ |
|
|
|
|
} |
2.227:230$970 |
|
{ |
Bairro
Alto |
7 |
10:851 |
34:103 |
} |
|
|
{ |
Bairro do
Rocio |
8 |
8:222 |
33:095 |
} |
|
Lourinhã |
7 |
1:876 |
7:336 |
44:187$944 |
Mafra |
14 |
5:576 |
22:028 |
94:845$031 |
Moita |
2 |
1:051 |
4:107 |
51:403$965 |
Oeiras |
5 |
1:767 |
7:635 |
90:088$048 |
Olivaes |
20 |
6:036 |
23:561 |
385:954$608 |
Seixal |
4 |
1:456 |
4:674 |
51:696$272 |
Setubal |
8 |
5:639 |
22:257 |
201:659$295 |
S. Thiago do
Cacem |
8 |
2:617 |
9:916 |
52:545$620 |
Torres
Vedras |
16 |
5:616 |
22:329 |
170:303$636 |
Villa Franca de
Xira |
9 |
3:177 |
11:655 |
244:824$488 |
|
|
|
|
|
|
|
Somma |
205 |
117:912 |
438:183 |
5.132:603$361 |
Concelhos |
Contingente sem addicionaes |
Percentagem |
Sem addicionaes[1] |
Com addicionaes[2] |
Alcacer do
Sal |
8:573$700 |
7,083 |
10,114 |
|
|
Alcochete |
4:454$107 |
7,467 |
10,659 |
|
|
Aldeia Gallega do
Ribatejo |
3:796$453 |
7,373 |
10,530 |
|
|
Alemquer |
15:084$070 |
7,029 |
10,037 |
|
|
Almada |
7:805$931 |
7,182 |
10,266 |
|
|
Arruda |
6:130$432 |
7,044 |
10,058 |
|
|
Azambuja |
8:314$518 |
7,036 |
10,048 |
|
|
Barreiro |
2:542$820 |
7,253 |
10,357 |
|
|
Belem |
18:997$610 |
7,162 |
10,226 |
|
|
Cadaval |
4:389$042 |
7,092 |
10,128 |
|
|
Cascaes |
3:981$371 |
7,127 |
10,177 |
|
|
Cezimbra |
1:792$809 |
7,283 |
10,399 |
|
|
Cintra |
16:824$191 |
7,074 |
10,101 |
|
|
Grandola |
2:212$545 |
7,246 |
10,346 |
|
|
|
{ |
Bairro de
Alcantara |
} |
|
|
|
|
|
|
{ |
Bairro
Alfama |
} |
|
|
|
|
|
Lisboa |
{ |
|
} |
199:765$507 |
9,203 |
13,142 |
|
|
|
{ |
Bairro
Alto |
} |
|
|
|
|
|
|
{ |
Bairro do
Rocio |
} |
|
|
|
|
|
Lourinhã |
3:270$174 |
7,151 |
10,212 |
|
|
Mafra |
6:559$619 |
7,028 |
10,036 |
|
|
Moita |
3:550$097 |
7,111 |
10,154 |
|
|
Oeiras |
6:227$121 |
7,134 |
10,187 |
|
|
Olivaes |
26:467$260 |
6,992 |
9,985 |
|
|
Seixal |
3:538$410 |
7,047 |
10,062 |
|
|
Setubal |
13:947$628 |
7,115 |
10,161 |
|
|
S. Thiago do
Cacem |
3:631$676 |
7,110 |
10,153 |
|
|
Torres
Vedras |
16:573$747 |
9,855 |
14,072 |
|
|
Villa Franca de
Xira |
16:970$632 |
7,031 |
10,052 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Somma |
405:400$470 |
|
|
|
|
[32]
Districto de Portalegre
Concelhos |
Freguezias |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Alter do
Chão |
5 |
1:786 |
7:095 |
46:657$331 |
Arronches |
6 |
865 |
3:235 |
49:587$817 |
Aviz |
8 |
1:589 |
6:096 |
90:783$895 |
Campo
Maior |
3 |
1:343 |
4:814 |
60:318$870 |
Castello de
Vide |
4 |
1:689 |
5:931 |
46:765$684 |
Crato |
7 |
1:194 |
4:311 |
45:723$716 |
Elvas |
16 |
4:462 |
16:007 |
193:157$626 |
Fronteira |
10 |
2:706 |
9:131 |
79:479$676 |
Gavião |
6 |
1:023 |
3:799 |
16:920$285 |
Marvão |
3 |
1:096 |
4:605 |
31:769$964 |
Monforte |
5 |
794 |
2:848 |
41:615$407 |
Nisa |
8 |
2:419 |
8:919 |
61:476$791 |
Ponte de
Soure |
2 |
925 |
3:431 |
26:403$150 |
Portalegre |
10 |
3:277 |
11:516 |
94:544$840 |
Souzel |
6 |
1:407 |
4:607 |
58:420$845 |
|
|
|
|
|
Somma |
99 |
26:575 |
96:375 |
943:597$897 |
Concelhos |
Contingente sem addicionaes |
Percentagem |
Sem addicionaes[1] |
Com addicionaes[2] |
Alter do
Chão |
3:763$985 |
8,309 |
11,866 |
Arronches |
3:994$700 |
8,295 |
11,846 |
Aviz |
7:307$580 |
8,177 |
11,678 |
Campo
Maior |
4:840$435 |
8,223 |
11,743 |
Castello de
Vide |
3:696$765 |
8,149 |
11,638 |
Crato |
3:582$940 |
8,090 |
11,552 |
Elvas |
15:550$455 |
8,168 |
11,665 |
Fronteira |
6:398$220 |
8,347 |
11,920 |
Gavião |
1:353$655 |
8,700 |
12,424 |
Marvão |
2:567$235 |
8,446 |
12,061 |
Monforte |
3:353$475 |
8,338 |
11,907 |
Nisa |
5:070$255 |
8,436 |
12,048 |
Ponte de
Soure |
2:135$710 |
8,519 |
12,165 |
Portalegre |
7:587$195 |
8,249 |
11,780 |
Souzel |
4:698$395 |
8,240 |
11,767 |
|
|
|
|
Somma |
75:900$000 |
|
|
[33]
Districto de Porto
Concelhos |
Freguezias |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Amarante |
39 |
7:290 |
26:964 |
64:745$071 |
Baião |
19 |
5:046 |
19:017 |
35:497$125 |
Bouças |
13 |
4:624 |
17:365 |
101:816$045 |
Felgueiras |
33 |
6:026 |
21:854 |
56:019$114 |
Gondomar |
11 |
5:863 |
22:111 |
83:810$193 |
Lousada |
27 |
4:028 |
15:172 |
32:961$263 |
Maia |
20 |
4:578 |
16:915 |
96:998$046 |
Marco de
Canavezes |
31 |
6:519 |
24:758 |
72:412$892 |
Passos de
Ferreira |
15 |
2:620 |
9:415 |
23:110$441 |
Paredes |
22 |
5:185 |
17:414 |
59:257$307 |
Penafiel |
36 |
6:843 |
27:533 |
109:048$877 |
|
{ |
1.º
bairro |
3 |
6:690 |
23:364 |
} |
|
Porto |
{ |
2.º
bairro |
3 |
6:535 |
25:642 |
} |
943:802$222 |
|
{ |
3.º
bairro |
6 |
6:858 |
26:929 |
} |
|
Povoa de
Varzim |
5 |
5:387 |
27:056 |
54:701$280 |
Santo
Thyrso |
31 |
5:836| |
21:324 |
65:979$813 |
Vallongo |
5 |
2:180 |
8:444 |
33:940$540 |
Villa do
Conde |
27 |
5:236 |
18:148 |
86:961$523 |
Villa Nova de
Gaia |
23 |
13:184 |
44:391 |
232:895$931 |
|
|
|
|
|
|
|
Somma |
374 |
110:528 |
408:116 |
2.153:957$683 |
Concelhos |
Contingente sem addicionaes |
Percentagem |
Sem addicionaes[1] |
Com addicionaes[2] |
Amarante |
5:378$000 |
8,460 |
|
|
12,081 |
|
|
Baião |
3:211$000 |
9,326 |
|
|
13,318 |
|
|
Bouças |
4:828$000 |
4,853 |
|
|
6,930 |
|
|
Felgueiras |
5:440$000 |
9,888 |
|
|
14,121 |
|
|
Gondomar |
3:712$000 |
4,547 |
|
|
6,494 |
|
|
Lousada |
2:963$000 |
13,268 |
|
|
13,268 |
|
|
Maia |
4:123$000 |
4,353 |
|
|
6,216 |
|
|
Marco de
Canavezes |
4:968$000 |
6,998 |
|
|
9,993 |
|
|
Passos de
Ferreira |
1:900$000 |
8,652 |
|
|
12,350 |
|
|
Paredes |
3:909$000 |
6,764 |
|
|
9,660 |
|
|
Penafiel |
8:120$000 |
7,637 |
|
|
10,906 |
|
|
|
{ |
1.º
bairro |
} |
|
|
|
|
|
|
|
Porto |
{ |
2.º
bairro |
} |
67:988$000 |
7,466 |
|
|
10,662 |
|
|
|
{ |
3.º
bairro |
} |
|
|
|
|
|
|
|
Povoa de
Varzim |
3:625$000 |
6,816 |
|
|
9,733 |
|
|
Santo
Thyrso |
5:381$000 |
8,307 |
|
|
11,863 |
|
|
Vallongo |
1:534$000 |
4,813 |
|
|
6,873 |
|
|
Villa do
Conde |
5:665$000 |
6,629 |
|
|
9,466 |
|
|
Villa Nova de
Gaia |
19:585$000 |
8,763 |
|
|
12,514 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Somma |
152:330$000 |
|
|
|
|
|
|
[34]
Districto de Santarem
Concelhos |
Freguezias |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Abrantes |
18 |
5:805 |
20:704 |
100:807$624 |
Almeirim |
4 |
1:849 |
6:803 |
82:739$499 |
Barquinha |
4 |
952 |
3:740 |
11:026$393 |
Benavente |
6 |
2:574 |
8:964 |
119:790$160 |
Cartaxo |
5 |
2:408 |
9:126 |
85:107$655 |
Chamusca |
5 |
2:010 |
7:643 |
72:189$037 |
Constancia |
3 |
793 |
2:832 |
20:411$520 |
Coruche |
6 |
1:510 |
5:729 |
85:619$243 |
Ferreira do
Zezere |
9 |
2:648 |
10:568| |
25:519$194 |
Gollegã |
1 |
855 |
3:451 |
67:953$363 |
Mação |
4 |
1:905 |
7:279 |
17:787$234 |
Rio
Maior |
7 |
2:136 |
8:401 |
37:954$961 |
Salvaterra |
4 |
2:100 |
10:150 |
45:618$485 |
Santarem |
28 |
7:394 |
27:837 |
283:162$577 |
Sardoal |
2 |
1:269 |
4:241 |
14:986$976 |
Thomar |
13 |
5:573 |
21:027 |
78:812$854 |
Torres
Novas[4] |
18 |
5:547 |
21:916 |
101:667$307 |
Villa Nova de
Ourem |
9 |
4:155 |
16:472 |
70:679$571 |
|
|
|
|
|
Somma |
144 |
51:483 |
196:883 |
1.321:833$653 |
Concelhos |
Contingente sem addicionaes |
Percentagem |
Sem addicionaes[1] |
Com addicionaes[2] |
Abrantes |
9:075$511 |
9,272 |
|
|
13,240 |
Almeirim |
7:629$549 |
9,358 |
|
|
13,363 |
Barquinha |
1:005$224 |
10,144 |
|
|
14,486 |
Benavente |
10:853$797 |
9,164 |
|
|
13,087 |
Cartaxo |
7:716$064 |
9,212 |
|
|
13,155 |
Chamusca |
6:545$042 |
9,267 |
|
|
13,234 |
Constancia |
1:849$236 |
9,638 |
|
|
13,763 |
Coruche |
7:731$420 |
9,162 |
|
|
13,083 |
Ferreira do
Zezere |
2:257$558 |
9,290 |
|
|
13,267 |
Gollegã |
6:139$124 |
9,201 |
|
|
13,139 |
Mação |
1:618$816 |
9,738 |
|
|
13,906 |
Rio
Maior |
3:445$095 |
9,375 |
|
|
13,388 |
Salvaterra |
4:136$033 |
9,374 |
|
|
13,386 |
Santarem |
25:654$677 |
9,169 |
|
|
13,094 |
Sardoal |
1:356$089 |
9,805 |
|
|
14,001 |
Thomar |
7:138$992 |
9,216 |
|
|
13,160 |
Torres
Novas[4] |
9:230$990 |
9,299 |
|
|
13,279 |
Villa Nova de
Ourem |
6:351$313 |
9,146 |
|
|
13,061 |
|
|
|
|
|
|
Somma |
119:734$530 |
|
|
|
|
[35]
Districto de Vianna
Concelhos |
Freguezias |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Arcos de Valle de Vez |
49 |
8:390 |
30:339 |
100:079$020 |
Caminha |
19 |
2:938 |
12:940 |
45:119$121 |
Coura |
21 |
3:253 |
12:184 |
65:075$000 |
Melgaço |
18 |
3.960 |
15:063 |
45:699$410 |
Monção |
32 |
6:066 |
22:988 |
72:923$282 |
Ponte de
Barca |
25 |
3:227 |
12:081 |
38:765$198 |
Ponte de
Lima |
51 |
7:817 |
32:512 |
99:612$040 |
Valença |
15 |
4:167 |
13:856 |
64:386$608 |
Vianna do
Castello |
40 |
8.848 |
40:143 |
183:579$403 |
Villa Nova de Cerveira |
15 |
2:581 |
9:717 |
33:859$970 |
|
|
|
|
|
Somma |
285 |
51:248 |
201:823 |
749:099$052 |
Concelhos |
Contingente sem addicionaes |
Percentagem |
Sem addicionaes[1] |
Com addicionaes[2] |
Arcos de Valle de Vez |
11:483$948 |
11,706 |
|
|
16,717 |
|
|
Caminha |
3:000$061 |
6,906 |
|
|
9,862 |
|
|
Coura |
2:940$480 |
4,696 |
|
|
6,707 |
|
|
Melgaço |
4:248$101 |
9,549 |
|
|
13,637 |
|
|
Monção |
6:025$617 |
8,422 |
|
|
12,026 |
|
|
Ponte de
Barca |
4:371$244 |
11,602 |
|
|
16,567 |
|
|
Ponte de
Lima |
11:358$986 |
11,636 |
|
|
16,616 |
|
|
Valença |
4:604$185 |
7,331 |
|
|
10,468 |
|
|
Vianna do
Castello |
16:412$348 |
9,033 |
|
|
12,986 |
|
|
Villa Nova de Cerveira |
2:782$030 |
8,569 |
|
|
12,222 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Somma |
67:227$000 |
|
|
|
|
|
|
[36]
Districto de Villa Real
Concelhos |
Freguezias |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Alijó |
18 |
4:205 |
15:744 |
93:096$757 |
Boticas |
16 |
2:145 |
10:076 |
33:867$283 |
Chaves |
45 |
7:534 |
29:524 |
153:676$825 |
Santa Martha de Penaguião |
10 |
2:637 |
9:991 |
56:930$000 |
Mesão
Frio |
7 |
1:716 |
5:868 |
15:475$445 |
Mondim de
Basto |
9 |
1:841 |
7:803 |
25:389$761 |
Montalegre |
35 |
3:639 |
17:177 |
37:251$986 |
Murça |
9 |
1:434 |
5:966 |
13:313$490 |
Peso da
Regua |
10 |
3:795 |
17:043 |
71:159$512 |
Ribeira de
Pena |
6 |
1:694 |
7:636 |
17:386$460 |
Sabrosa |
14 |
3:060 |
13:908 |
40:495$410 |
Valle
Passos |
33 |
6:265 |
23:064 |
123:563$849 |
Villa Pouca de Aguiar |
16 |
3:309 |
14:029 |
45:884$454 |
Villa
Real |
27 |
7:439 |
30:518 |
96:880$986 |
|
|
|
|
|
Somma |
255 |
50:713 |
208:347 |
824:378$228 |
Concelhos |
Contingente sem addicionaes |
Percentagem |
Sem addicionaes[1] |
Com addicionaes[2] |
Alijó |
6:439$015 |
7,045 |
|
|
10,060 |
|
|
Boticas |
2:337$730 |
7,255 |
|
|
10,361 |
|
|
Chaves |
9:072$305 |
6,059 |
|
|
8,652 |
|
|
Santa Martha de Penaguião |
4:250$095 |
7,675 |
|
|
10,960 |
|
|
Mesão Frio |
1:840$405 |
12,665 |
|
|
18,086 |
|
|
Mondim de
Basto |
1:339$530 |
5,747 |
|
|
8,206 |
|
|
Montalegre |
3:341$230 |
9,288 |
|
|
13,264 |
|
|
Murça |
1:856$740 |
14,845 |
|
|
21,198 |
|
|
Peso da
Regua |
6:750$130 |
9,857 |
|
|
14,076 |
|
|
Ribeira de
Pena |
1:265$745 |
7,968 |
|
|
11,378 |
|
|
Sabrosa |
5:537$610 |
13,978 |
|
|
19,961 |
|
|
Valle
Passos |
7:619$645 |
6,360 |
|
|
9,082 |
|
|
Villa Pouca de Aguiar |
3:371$050 |
7,607 |
|
|
10,863 |
|
|
Villa
Real |
10:221$770 |
10,799 |
|
|
15,422 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Somma |
65:243$000 |
|
|
|
|
|
|
VIZEU
[38/39]
Districto de Vizeu
Concelhos |
Freguezias |
Fogos |
Almas |
Rendimento
collectavel |
Armamar |
16 |
2:688 |
9:741 |
66:230$000 |
Carregal |
6 |
2:706 |
10:929 |
56:452$485 |
Castro
Daire |
20 |
4:521 |
18:081 |
53:128$989 |
Santa
Combadão |
7 |
1:723 |
6:855 |
30:840$869 |
Fragoas |
7 |
1:493 |
6:090 |
23:586$365 |
S. João de
Areias |
3 |
1:163 |
4:975 |
19:989$189 |
S. João da
Pesqueira |
20 |
3:442 |
14:508 |
134:861$865 |
Lamego |
20 |
5:751 |
22:983 |
208:905$567 |
Mangualde |
18 |
4:501 |
17:995 |
85:520$289 |
Moimenta da
Beira |
19 |
2:960 |
12:681 |
100:176$504 |
Mondim |
8 |
1:525 |
6:011 |
35:964$663 |
Mortagoa |
10 |
1:980 |
8:143 |
31:461$767 |
Nellas |
6 |
2:678 |
11:301 |
45:372$884 |
Oliveira de
Frades |
16 |
3:079 |
14:763 |
58:143$393 |
S. Pedro do
Sul |
20 |
4:225 |
21:023 |
76:102$929 |
Penalva do
Castello |
12 |
2:844 |
11:767 |
29:246$516 |
Penedono |
9 |
1:695 |
6:350 |
41:544$029 |
Rezende |
15 |
4:501 |
17:157 |
58:921$232 |
Satão |
12 |
2:734 |
11:609 |
50:406$350 |
Sernancelhe |
21 |
2:880 |
11:167 |
52:935$290 |
Sinfães |
17 |
5:918 |
21:348 |
53:894$489 |
Tabuaço |
13 |
1:974 |
7:660 |
44:127$625 |
Tarouca |
7 |
1:571 |
5:939 |
33:082$494 |
Tondella |
24 |
6:652 |
27:666 |
135:875$230 |
Vizeu |
30 |
10:310 |
43:564 |
231:099$124 |
Vouzella |
9 |
2:488 |
9:824 |
30:630$820 |
|
|
|
|
|
Somma |
365 |
88:002 |
360:130 |
1.788:500$957 |
Concelhos |
Contingente sem addicionaes |
Percentagem |
Sem addicionaes[1] |
Com addicionaes[2] |
Armamar |
3:837$365 |
5,965 |
8,518 |
|
|
Carregal |
2:977$700 |
5,476 |
7,819 |
|
|
Castro
Daire |
2:658$100 |
5,217 |
7,449 |
|
|
Santa
Combadão |
1:528$405 |
5,324 |
7,603 |
|
|
Fragoas |
766$810 |
3,733 |
5,330 |
|
|
S. João de
Areias |
1:024$210 |
5,692 |
8,128 |
|
|
S. João da
Pesqueira |
6:901$560 |
5,286 |
7,548 |
|
|
Lamego |
12:196$680 |
5,947 |
8,492 |
|
|
Mangualde |
3:774$075 |
4,546 |
6,491 |
|
|
Moimenta da
Beira |
2:830$030 |
2,938 |
4,196 |
|
|
Mondim |
1:524$190 |
4,554 |
6,503 |
|
|
Mortagoa |
1:475$665 |
5,051 |
7,213 |
|
|
Nellas |
2:265$710 |
5,244 |
7,488 |
|
|
Oliveira de
Frades |
2:254$110 |
4,072 |
5,815 |
|
|
S. Pedro do
Sul |
3:035$715 |
4,138 |
5,909 |
|
|
Penalva do
Castello |
2:417$605 |
8,655 |
12,359 |
|
|
Penedono |
1:581$145 |
4,079 |
5,825 |
|
|
Rezende |
3:278$320 |
5,756 |
8,220 |
|
|
Satão |
1:870$160 |
3,935 |
5,620 |
|
|
Sernancelhe |
3:469$240 |
6,768 |
9,665 |
|
|
Sinfães |
4:739$220 |
9,004 |
12,858 |
|
|
Tabuaço |
2:187$655 |
5,215 |
7,447 |
|
|
Tarouca |
1:721$435 |
5,547 |
7,921 |
|
|
Tondella |
6:425$845 |
4,896 |
6,992 |
|
|
Vizeu |
12:341$310 |
5,438 |
7,766 |
|
|
Vouzella |
2:073$740 |
7,141 |
10,197 |
|
|
|
|
|
|
|
|
Somma |
91:156$000 |
|
|
|
|
[40]
AVEIRO
Agueda |
} |
|
Anadia |
} |
|
Arouca |
} |
|
Aveiro |
} |
|
Estarreja |
} |
|
Feira |
} |
pagam de 7 para 8% |
Ilhavo |
} |
|
Mealhada |
} |
|
Oliveira de
Azemeis |
} |
|
Oliveira do
Bairro |
} |
|
Ovar e
Vagos |
} |
|
|
|
|
Albergaria a
Velha |
} |
|
Castello de
Paiva |
} |
|
|
} |
de 8 para 9 |
Macieira de
Cambra |
} |
|
Sever |
} |
|
BEJA
Aljustrel |
|
de 3 para 4 |
|
|
|
Alvito |
} |
|
Cuba |
} |
|
Mertola |
} |
de 5 para 6 |
Odemira |
} |
|
Ourique |
} |
|
|
|
|
Beja |
|
6,274 |
|
|
|
Almodovar |
} |
|
Barrancos
|
} |
|
|
} |
de 7 para 8 |
Castro Verde |
} |
|
Vidigueira |
} |
|
|
|
|
Ferreira |
} |
|
Moura |
} |
de 8 para 9 |
Serpa |
} |
|
BRAGA
Braga |
|
8,435 |
|
|
|
Espozende |
} |
|
Povoa de Lanhoso |
} |
de 9 para 10 |
Villa Nova de Famalicão |
} |
|
|
|
|
Fafe e Guimarães |
|
de 10 para 11 |
|
|
|
Barcellos |
|
11,472 |
|
|
|
Cabeceiras de Basto |
} |
|
|
} |
de 12 para 13 |
Celorico |
} |
|
|
|
|
Vieira e Villa Verde |
|
de 13 para 14 |
|
|
|
Amares |
|
16,619 |
|
|
|
Terras do Bouro |
|
21,209 |
BRAGANÇA
[41]
Bragança |
|
4,717 |
|
|
|
Mogadouro |
} |
|
Miranda |
} |
de 5 para 6 |
Alfandega da Fé |
} |
|
|
|
|
Mirandella |
|
6,936 |
|
|
|
Vimiozo |
} |
|
|
} |
de 7 para 7 1⁄2 |
Carrazeda |
} |
|
|
|
|
Macedo de Cavalleiros |
} |
|
Freixo d'Espada á Cinta |
} |
de 8 para 9 |
Villa Flor |
} |
|
|
|
|
Vinhaes e Moncorvo |
|
de 9 para 10 |
CASTELLO BRANCO
Oleiros |
} |
|
Proença a Nova |
} |
de 6 para 7 |
Villa Velha |
} |
|
|
|
|
Fundão |
} |
|
|
} |
de 7 para 8 |
Idanha a Nova |
} |
|
|
|
|
Castello Branco |
} |
|
Covilhã |
} |
de 8 para 9 |
Villa do Reino |
} |
|
|
|
|
Penamacor |
|
10 |
|
|
|
Belmonte |
} |
|
|
} |
de 11 para 12 |
S. Vicente da Beira |
} |
|
|
|
|
Certã |
|
19 |
COIMBRA
Arganil |
|
4,811 |
|
|
|
Cantanhede |
} |
|
Figueira |
} |
|
Goes |
} |
|
Monte-mór |
} |
|
Oliveira do Hospital |
} |
|
|
} |
de 5 para 6 |
Pampilhosa |
} |
|
Penacova |
} |
|
Poyares |
} |
|
Soure |
} |
|
Tabua |
} |
|
|
|
|
Louzã |
} |
|
Mira |
} |
de 6 para 7 |
Miranda do Corvo |
} |
|
|
|
|
Coimbra |
} |
|
|
} |
de 7 para 8 |
Condeixa |
} |
|
|
|
|
Penella |
|
9,137 |
GUARDA
Ceia |
|
5,700
|
|
|
|
Manteigas |
|
9,610 |
|
|
|
Aguiar da Beira |
|
16,134 |
[42]
LEIRIA
Batalha e
Leiria |
|
5,129 |
|
|
|
Pombal |
|
6,920 |
|
|
|
Caldas |
} |
|
Pedrogão Grande |
} |
de 7 para 8 |
Peniche |
} |
|
|
|
|
Obidos |
|
8,434 |
|
|
|
Alcobaça |
} |
|
Ancião |
} |
de 9 para 10 |
Porto de Moz |
} |
|
|
|
|
Figueiró dos Vinhos |
|
11,070 |
|
|
|
Alvaiazere |
|
14,905 |
No districto de Lisboa a percentagem é egual a 7 e
1⁄4%
em
todos os concelhos.
Exceptua-se:
Os bairros de Lisboa onde ella é de 9,203.
O concelho de Torres Vedras onde sobe a 9,855.
Eu tenho a felicidade de pertencer a este ultimo concelho.
No districto de Portalegre a percentagem é toda de 8 a
8
1⁄2%.
PORTO
Aqui temos os concelhos de
Bouças, Gondomar, Maia e Vallongo |
pagando |
4 |
para |
5 |
Marco de Canavezes, Paredes, Povoa de Varzim e Villa do
Conde |
» |
6 |
» |
7 |
Penafiel e Porto |
» |
7 |
» |
8 |
Amarante, Passos de Ferreira, Santo Thyrso, Villa Nova
de Gaia |
» |
8 |
» |
9 |
Baião e Louzada |
» |
9 |
» |
10 |
VIANNA
Os concelhos de
Coura |
paga |
4,696 |
Caminha |
» |
6,906 |
Valença |
» |
7,331 |
Monção e Villa Nova da Cerveira |
» |
8 |
para |
9 |
Melgaço e Vianna |
» |
9 |
para |
10 |
Arcos, Ponte da Barca
e
Ponte de Lima |
» |
11 |
para |
12 |
VILLA REAL
Mondim de Basto |
paga |
5,747 |
Chaves e Valle Passos |
» |
6 |
para |
7 |
Alijô, Boticas,
Penaguião, Ribeira
de Pena, Villa Pouca
d'Aguiar |
» |
7 |
para |
8 |
Monte Alegre e Pezo da Regoa |
paga |
9 |
para |
10 |
Villa Real |
» |
10,799 |
Mesão Frio |
» |
12,665 |
Sabrosa |
» |
13,978 |
Murça |
» |
14,845 |
[43]
VIZEU
Moimenta da Beira |
paga |
2,938 |
Fragoas Satão |
» |
3 |
para |
4 |
Mangualde, Mondim, Oliveira de Frades, Penedono, S.
Pedro do Sul e Tondella |
paga |
4 |
para |
5 |
Armancar, Carregal, Castro Daire, Santa
Combadão, S. João de Areias, Pesqueira, Lamego,
Mortagua, Nellas, Rezende, Tabuaço, Tarouca e Vizeu |
» |
5 |
para |
6 |
Sernancelhe |
» |
6,768 |
Vouzella |
» |
7,141 |
Penalva do Castello |
» |
8,655 |
Sinfães |
» |
9,004 |
Comparando depois a população com o rendimento
collectavel,
e o rendimento collectavel com a distribuição dos
contingentes
pelos districtos, e, nos districtos pelos concelhos, acha-se uma
demonstração frisante de que todos n'esta terra
teem estado á
profia para a perderem, e que a indole do povo portuguez é
tão
docil e tão generosa, que tem resistido a todas estas
malfeitorias.
Do que se passa de districto para districto, e, nos districtos,
de concelho para concelho, pode julgar-se do que será nas
parochias
entre propriedade e propriedade!
Eram estas as armas com que me preparava, no meu posto
de membro do parlamento, para entrar na discussão das
reformas
que ninguem, depois dos algarismos que acabo de pôr em
acção pode negar que fossem a mais urgente
necessidade do
credito, da justiça, da vida do povo portuguez.
Foi esse o momento escolhido pelo sr. duque de Saldanha para
mudar o curso das idéas e lançar no meio da
discussão dos interesses
geraes, a que o reino era convocado, o brandão de novo
acceso das antigas lutas politicas, e o facho de uma implacavel
guerra civil, e talvez, o rastilho de uma guerra estrangeira.
Como o fez elle?
Ás sete horas da noite do dia 18 de maio de 1870 deitou-se o
duque de Saldanha, que conta oitenta annos de idade, dizendo
que queria ir no dia seguinte para Cintra.
Ás dez horas fardou-se.
Ás onze montou a cavallo, e, dando a voz de marche marche
a 400 soldados amotinados, dirigiu-se ao paço, onde el-rei,
depositario
da chave de toda a organisação politica, pelo
titulo V, capitulo
[44]
I, artigo 71.º da constituição, guardava
a
independencia,
equilibrio e harmonia dos demais poderes.
O duque era mordomo mór, e, como tal, entrou
áquellas horas
no paço.
O duque era marechal do exercito e ajudante de campo do
sr. D. Fernando II.
O duque era conselheiro de estado, responsavel pelos conselhos
que désse ao rei.
Entrado em casa de seu amo, e quando lhe encarecia e exaggerava
as forças que o seguiam, os companheiros do marechal do
exercito, para apoiarem as razões que elle dava ao monarcha
ás
duas horas da noite, crivavam de balas a sala da conferencia,
mettendo-as pelas janellas do paço.
Sua magestade mandou buscar o sr. duque de Loulé, presidente
do conselho de ministros, para lhe participar que desejava
entregar os sêllos do estado ao seu leal conselheiro,
fidelissimo
marechal e dedicadissimo criado, o sr. duque de Saldanha.
O sr. duque de Loulé saiu do paço demittido, e o
sr. duque
de Saldanha nomeado ministro do reino, da guerra e presidente
do conselho, e, em seguida, de todas as outras pastas.
Accusaram alguns aos ministros caidos por não terem
defendido
o rei.
Que seja licito, ao menos docil dos membros da maioria, a
quem não tomou parte nas glorias da
situação, considerar-se agora
solidario em tudo na queda e nos desastres d'ella.
Se se reduzir esta importante questão ás regras
do xadrez, que
na antiguidade era escola dos grandes capitães, eu digo que,
n'esse
ponto, menos se deve condemnar o sr. Lobo d'Avila, para mais
admirar a lisura com que o sr. duque de Saldanha lhe deu
«
cheque
mate de pastor.»
Mas a sciencia do direito publico constitucional, diz-nos: que
não basta para garantir as liberdades publicas saber dar
cheque
ao rei.
Antigamente era assim; agora não é. Se o sr.
duque de Saldanha
pode servir de exemplo aos ultimos heroes de Marathona
para aperfeiçoarem as suas partidas; aqui... temos de saber,
se,
mesmo com o rei em cheque e as instituições a
resgate, o povo
sabe, pode e quer vingar a constituição.
Foi assim que a Europa liberal, á noticia do glorioso feito
do
sr. duque de Saldanha, poz diante do mundo o problema que
contém
as suas consequencias.
O
Times, primeiro diario da Europa,
fulminou-o n'um artigo
de fundo, e attribuiu á idade do marechal o crime, para que
só
acha parallelo na
grutesca
indifferença do povo.
O
Daily News do dia 28 de maio, mez
do seu crime, recommenda-o
ao sr. Edmond About para servir de heroe á segunda
serie da sua Grecia contemporanea.
Elle diz que o «Rei das Montanhas» é
nada, comparado com
[45]
o marechal Saldanha nas façanhas com que se preparou para
pagar
dividas antigas (
to pay old debts.)
O
Globe, diz: que espera vel-o de
novo em Londres, visitando
a casa do parlamento, tão abatida, diz elle, desde que
Canning
electrificou o seu auditorio com a noticia de que a esquadra ingleza
estava em caminho para o Tejo em 1826.
Volta de novo o
Times do dia 30 a
dizer-nos que, apezar da
negativa do marechal Saldanha, ninguem na Europa ignora que
elle veiu a Portugal para realisar o projecto de sujeitar a sua patria
á Hespanha.
O
Saturday review, o primeiro
semanario de litteratura da Inglaterra,
retalha o acto do sr. duque de Saldanha com aquella
ironia, que ninguem melhor do que o proprio duque pode apreciar.
A imprensa franceza, a belga, italiana, alemã não
são mais
complacentes na apreciação dos actos do marechal,
do mordomo
mór e do cidadão.
Até na Russia foi o marechal suppliciado pelo knut
litterario
do authocrata!
A sua condemnação é unanime, para se
lhe juntarem culpas,
que a indiscreta impaciencia de alguns jornaes hespanhoes revelou
mais como aspiração, e como anhelo de uma
paixão devorante,
do que como facto fundado em accordo realisavel.
Sem duvida foi para mitigar esta condemnação da
Europa illustrada,
que o sr. duque de Saldanha dirigiu aos nossos chefes de
missão a circular que o
Diario deu á luz.
Será por ella que julgaremos o marechal insubordinado e
sedicioso.
Se elle não teve para dissolver o parlamento, nem para
comparecer
perante elle, a coragem que lhe sobrou para amedrontar e
escravisar o rei, nem por isso lhe será negado direito de se
defender.
Possa essa defeza tornar menos grave e menos negro o
attentado atroz com que maculou as cãs da sua longa edade, e
a gloria da sua temeraria espada.
Eis o que elle diz:
O procedimento anti-constitucional e violento da passada
administração
havia produzido geral descontentamento e
inquietação em todo o reino.
Qualquer circumstancia inesperada, ainda de pequena monta, poderia dar
logar a uma conflagração geral, cujas
consequencias ninguem poderia prever,
o que se não limitaria a uma simples mudança de
gabinete.
Por muitas vezes tive a honra de ponderar ao nosso augusto soberano, os
inconvenientes da conservação d'aquelle
ministerio, para os interesses publicos
e para as proprias instituições.
Levei mesmo a minha franqueza ao ponto de significar-lhe que uma
revolução
estava imminente no paiz, se elle continuasse a conservar uma
administração
tão odiada, e que eu não sabia se teria
força para evitar-lhe as
consequencias, como tive em 1851.
[46]
Acrescentei que
não era a ambição do
poder que me levava a aconselhar
assim Sua Magestade, porque onze vezes, sendo já uma no seu
reinado, me
tinha recusado a ser chefe da administração, e
que, pelo contrario, eu
prestaria franco e leal apoio a qualquer ministerio que evitasse a
revolução.
Respondia-me Sua Magestade, com a sua costumada benevolencia, allegando
rasões para não tomar de prompto o meu conselho,
as quaes me abstenho
agora desenvolver, mas nas quaes revelava sempre o mais entranhado
amor pelo interesse do paiz.
Na manhã de quarta feira, 18 do corrente, expuz de novo a
Sua Magestade
a muito perigosa situação em que nos achavamos, a
imminente revolução
que nos ameaçava: ainda outra vez pedi a
nomeação de um novo ministerio
qualquer. El-rei repetiu o que tantas vezes me tinha dito, e eu resolvi
expor a vida, e mesmo a reputação, para salvar o
paiz dos males que
o ameaçavam.
Do paço fui para minha casa, e ás tres horas da
madrugada, os regimentos
n.º 2 de lanceiros, n.º 3, de artilheria,
caçadores n.º
5, e infanteria n.º 1
e n.º 7 occupavam o largo da Ajuda, ao mesmo tempo que um
grande
numero
de populares occupavam o castello de S. Jorge, d'onde sairam
ás sete
horas da manhã, sem que tivessem apparecido nas ruas de
Lisboa. A cidade
continuou nas suas ordinarias occupações sem ter
tido outro incommodo que
o que lhe podia resultar pelas repetidas salvas de artilheria com que
os populares,
desde o romper do dia, festejavam nosso triumpho.
A noticia da mudança de ministerio foi recebida em toda a
parte com as
maiores manifestações de alegria. As tropas,
espalhadas pelas provincias do
norte, regressaram aos seus quarteis ordinarios. Reina perfeito socego
e contentamento
em todas as provincias, e eu, dando, humilde, graças
á Divina
Providencia, tenho a intima convicção de haver
evitado a guerra civil, que
estava imminente, e de haver ainda, no ultimo quartel da vida, mais uma
vez contribuido para a consolidação do throno do
sr. D. Luiz, da sua dynastia,
das instituições que sempre tenho defendido, e da
autonomia e independencia
nacional, que uma guerra civil poderia pôr em perigo.
No mesmo dia 19 fui á noite ao paço, e tive a
honra de dizer a el-rei:
«Senhor, vossa magestade fez-me esta manhã a honra
de me encarregar da
formação do ministerio, mas então o
largo d'este paço estava cheio de soldados;
agora, que é vazio, venho depôr nas
mãos de vossa magestade aquelle
encargo e pedir a vossa magestade se digne encarregar outra pessoa de
formar
o gabinete, assegurando a vossa magestade, pela minha honra, que a
unica condição que eu exijo para dar á
nova administração o meu sincero
apoio, é «que os novos ministros não
sejam inimigos dos meus amigos.» Sua
magestade, do modo mais gracioso, dignou-se dizer-me que repetia o que
me tinha dito pela manhã.
No principio d'esta communicação accuso a passada
administração de anti-constitucional
e violenta. Não costumo fazer
accusações sem provas; muitas
poderia apresentar, limitar-me-hei a duas.
Pelo artigo 74.º, § 4.º, da carta
constitucional tem o poder
moderador auctoridade
para dissolver a camara quando o bem do estado o exigir.
No dia 2 de janeiro ultimo abriu el-rei o parlamento, e no discurso do
throno se acham os dois seguintes periodos:
«Solemne é sempre o momento em que se reunem os
mandatarios legitimos
da nação, e sempre com
satisfação nova os saudo, exercendo um dos
mais graves actos da realeza constitucional.
«Ao desempenho da ardua, mas nobre e elevada
missão que hoje vos incumbe,
applicareis todo o vosso cuidado, illustração,
esforços e consciencia,
tendo eu por seguro, que em tudo, com o divino auxilio, correspondereis
ao
que de vós espera a patria para honra d'ella, credito,
utilidade e gloria do
nome e do povo portuguez.»
Passados dezoito dias; sem a menor causa ou motivo que podesse fazer
acreditar que o bem do paiz o exigia, sem mesmo as camaras terem dado a
menor prova de opposição, o ministerio dissolveu
a camara.
[47]
O sangue correu em
differentes pontos. Na egreja de Machico os
eleitores,
que sabiam que a urna seria roubada durante a noite, quizeram ficar na
egreja para a guardar, ficando tambem os eleitores ministeriaes. Nada
mais
innocente. Foram postos fóra a tiro, causando mortes e
ferimentos, profanando
assim o templo do Senhor.
Repito, que muitos e muitos factos podia adduzir para provar que a
passada
administração foi anti-constitucional e violenta.
Religião, justiça, moralidade, throno,
independencia nacional, economia e
liberdade são os sete vocabulos que em si encerram o
programma ministerial.
Cumpre-me finalmente acrescentar que o novo gabinete tem essencialmente
em vista a organisação da fazenda publica. Como
primeira base do
melhoramento d'esta, o governo ha de manter integralmente os
compromissos
celebrados pelos seus antecessores, desempenhar-se religiosamente de
todas
as obrigações contrahidas, e tratar com a maior
lealdade a todos os que
fornecerem os seus capitaes ao thesouro portuguez.
O melhoramento da fazenda publica ha de conseguir-se por meio de
reformas
economicas bem pensadas, e sobre tudo pelo augmento de receita, e de
ambas as coisas vae cuidar seriamente o gabinete.
O ministerio a que presido tem a confiança publica, e todos
reconhecem a
necessidade de uma situação forte para vencer as
difficuldades do thesouro.
O perfeito socego que reina no paiz, e que por certo não
será alterado, é
mais uma garantia de que o governo não encontrará
grandes resistencias na
execução do seu plano.
Inteirado portanto v. ex.a dos motivos que deram
logar nos
acontecimentos
do dia 19 e do programma do governo, convirá que por todos
os meios
ao seu alcance procure esclarecer sobre este assumpto tanto esse
governo
como as pessoas mais influentes d'esse paiz.
Deus guarde a v. ex.a Secretaria d'estado dos
negocios estrangeiros,
em
30 de maio de 1870.―Duque de
Saldanha.
O marechal Saldanha expõe.
1.º Que a administração passada teve um
procedimento anti-constitucional
e violento.
2.º Que por muitas vezes ponderou a el-rei os inconvenientes
de conservar aquelle ministerio.
3.º Que ponderou a el-rei a possibilidade de uma
revolução.
4.º Que offereceu o seu apoio a qualquer ministerio que
evitasse
a revolução.
5.º Que no dia 18 de maio de 1870 foi novamente annunciar
a el-rei a eminencia da revolução e pedir
mudança de governo.
6.º Que do paço foi para sua casa.
7.º Que ás tres horas da madrugada (elle
não diz
mas é) do
dia 19, os regimentos n.º 2 de lanceiros, n.º 3 de
artilheria,
caçadores
n.º 5, e infanteria n.º 1 e 7, occupavam o largo
d'Ajuda.
8.º Que um grande numero de populares occupava ao mesmo
tempo o castello de S. Jorge.
9.º Que ás sete horas os populares foram para suas
casas
tambem,
sem apparecerem nas ruas de Lisboa.
10.º Que a cidade continuou nas
occupações
ordinarias, ao ecco
das salvas, com que os populares festejavam o triumpho commum.
11.º Que a noticia da mudança do ministerio foi
recebida em
toda a parte com as maiores manifestações de
alegria.
12.º Que dá graças á
Providencia por
ter salvado o throno, a
dynastia, as instituições e a independencia
nacional.
[48]
13.º Que o ministerio caído dissolvera as
côrtes
em janeiro
d'este anno sem motivo sufficiente.
14.º Que correu sangue nas eleições da
Madeira.
15.º Que muitos e muitos factos poderia adduzir para provar
que a administração passada foi
anti-constitucional e violenta.
Depois d'esta exposição com que fundamenta o seu
feito, vem
o programma do gabinete, que diz:
Religião,
Justiça,
Moralidade,
Throno,
Independencia nacional,
Economia,
Liberdade.
Além do programma que é este, acrescenta o sr.
duque de
Saldanha o seguinte:
Organisará a fazenda
publica.
E como base para essa
organização tratará com a maior
lealdade
os que fornecerem os seus capitaes ao thesouro
portuguez.
Que o melhoramento da fazenda publica se ha de conseguir
por meio
de reformas economicas bem pensadas e sobre
tudo pelo
augmento da receita.
Que o ministerio tem a confiança publica.
Que ha perfeito socego no reino, que elle não
será alterado, e
que isso e uma garantia de que o governo não
encontrará grandes
resistencias na execução
do seu
plano.
(Qual plano?)
Religião,
Justiça,
Moralidade,
Throno,
Economia,
E liberdade!
D'este plano e programma devem os agentes diplomaticos dar
conhecimento aos seus governos e ás pessoas influentes de
cada
paiz.
A não ser da chancellaria do pachá de Janina,
nunca se expediu
documento tão abstruzo e esquipatico.
Vamos pois a elle.
Avaliemol-o em relação a si proprio; entremos no
seu contexto,
despedacemos-lhe o involucro e ponhamos-lhe as entranhas á
luz
do sol.
Dos quinze artigos, que formam a sua primeira parte, parece-me
util deslindar a confusão que reina no 7.º o qual
mais
exacto
é assim.
O marechal saiu do pateo dos Geraldes com parte de caçadores
5 puchados por um capitão e varios officiaes inferiores e de
parte do 7 de infanteria conduzida por outro capitão, e
alguma
[49]
artilheria n.º 3 levada por outro capitão, que
não estava em serviço
do regimento.
No largo d'Ajuda estava é verdade, lanceiros n.º 2,
infanteria
n.º 1 e a bateria de artilheria n.º 3, commandada
pelo bravo e
leal capitão Mendonça.
Mas essas forças estavam lá para defender o
paço e, se obedeceram
ao sr. duque de Saldanha, foi porque receberam ordem de
el-rei para o reconhecerem como ministro da guerra, cargo em
que sua magestade o investiu ou elle se disse investido, quando
prendeu o capitão Mendonça, antes da chegada do
sr. duque de
Loulé, no momento em que os soldados do sr. duque de
Saldanha
atiravam ás janellas do paço onde dormia a rainha!
Se aquelles corpos estivessem, como deviam estar, não no
paço, mas entre o marechal e o paço, talvez que o
sr. marechal
do exercito, não tivesse opportunidade de dar á
Europa a deploravel
noção de que o exercito portuguez é
composto de traidores,
e que só por excepção houve n'elle um
official honrado,
que está no desterro expiando a culpa da má
qualidade das espoletas,
que fabríca o nosso arsenal!
Todos os outros argumentos em que o marechal funda o seu
feito são de tal ordem, tão boçaes,
que me parece impossivel,
que similhante papel seja offerecido por qualquer diplomata, que
se respeite, aos governos junto dos quaes esteja acreditado.
O programma esse é divino. É dividido em sete
partes, representando
os sete dias, em que o sr. duque de Saldanha foi ministro
das sete pastas.
Sómente me admira que tambem se não lembrasse de
declarar
á Europa, por intermedio do corpo diplomatico que,
n'aquelle
tempo da sua omnipotencia, tinha creado Adão segundo, ao
qual
poz o nome de Sampaio, e que, apesar de não existirem no
ministerio,
nem Eva nem maçans, tinha-se arrependido, por causa
da serpente, de o ter creado, e que o expulsára do paraiso
ministerial.
Em compensação porém se não
esqueceu o sr. duque de Saldanha,
de mandar dizer que
elle tratará com a
maior lealdade
os que fornecerem os seus capitaes ao thesouro
portuguez.
É aqui que está a suprema obra.
Que quererá dizer esta lealdade e este
fornecimento de capitaes
ao thesouro portuguez?
Quem auctorisou o sr. duque de Saldanha a contrair emprestimos,
a convidar capitaes para supprir o thesouro portuguez?
Ora aqui está já o crime do sr. duque de Saldanha
a levantar-se
contra elle.
Ir ao palacio do rei ás duas ou tres horas da noite,
arrancar-lhe
com a espada aos peitos a investidura de ministro, não era
facil com D. João II, mas não pode ninguem
duvidar, que é facillimo
agora n'esta terra. Arranjar meios porém com que satisfazer
os encargos publicos, isso tem outras difficuldades.
[50]
O sr. duque de Saldanha pode mandar vedar a porta das côrtes
por um cabo d'esquadra aos representantes do povo; mas o
que não pode é dar em garantia, de que o povo ha
de pagar o
que elle pedir emprestado, as barbas d'esse cabo d'esquadra, aos
capitalistas estrangeiros, e menos ainda aos nacionaes.
Todo o dinheiro, que se emprestar ao thesouro, sem lei das
côrtes não é o povo obrigado a pagal-o.
Os deputados não podem reconhecer a legitimidade de taes
dividas,
e o povo está no seu direito em resistir a todo o pagamento
d'impostos, que as côrtes não auctorisarem e a
negar-se a reconhecer
emprestimos, que uma sedição militar contrair.
As côrtes só auctorisam governos legaes.
Pois o sr. duque de Saldanha rebellou-se contra a lei para evitar
a revolução; atacou o throno para o salvar; poz
os soldados
em sedição para crear um governo forte; tem a
confiança publica;
e a primeira palavra das suas reformas financeiras é appelar
para os emprestimos estrangeiros, que arruinaram completamente
a fazenda e o credito nacional?
Que é isto?
Que reformas economicas tão bem pensadas são
essas, que se
voltam outra vez para a divida fluctuante externa dos 25%;
das multas, dos processos na
Court of
Chancery?
Recuaremos nós outra vez a esses tristes dias em que os
intitulados
agentes do governo de Portugal entravam em casa dos
banqueiros das principaes casas da Europa, gritando:
«Dinheiro para Portugal!
«Por todo o preço!
«A minha commissão é
tanto»...! Teremos de assistir de novo
ás scenas do famoso Hillel, fazendo venda dos titulos de que
era
depositario para se pagar das suppostas commissões?!
Será novamente hypothecado o voto parlamentar por 250
contos,
como já o foi pelo sr. conde de Samodães, e pelo
resgate da
qual hypotheca pagâmos aquelle dinheiro?!
Digam; digam ao paiz e á Europa, que felicidades
são essas
que reservam a este desgraçado povo, com a mais cruel
avareza
e com tão indiscreta loquacidade?!
O socego do paiz é uma garantia
de que o
plano se poderá
executar?
Qual plano?
O de chamar os corvos para se cevarem sobre o que julgam
já cadaver?!
E julgam o povo cadaver por que não bole, não
estrebucha?
Fatalissimo erro!
A espada do vencedor d'Argel―na phrase dos seus adoradores―ha
de achar no seu caminho outra espada, de que o
sr. duque tambem não falou á Europa, mas da qual
é tempo para
se lhe falar.
É a espada da constituição.
[51]
A Constituição diz:
TITULO III
Dos Poderes e Representação
Nacional
Art. 10.º A divisão e harmonia dos Poderes
Politicos
é o principio conservador
dos direitos dos Cidadãos, e o mais seguro meio de fazer
effectivas
as garantias, que a Constituição offerece.
Art. 11.º Os Poderes Publicos reconhecidos pela
Constituição do Reino de
Portugal, são quatro: o Poder Legislativo, o Poder
Moderador, o Poder
Executivo, e o Poder Judicial.
Art. 12.º Os Representantes da Nação
Portugueza
são o Rei, e as Côrtes
Geraes.
Era parte d'um dos poderes, que a Constituição
reconhece, o
sr. duque de Saldanha.
Elle era legislador e representante legitimo da
nação portugueza,
como membro das côrtes geraes.
Era n'esse logar e n'essa qualidade, que lhe cumpria accusar o
governo deposto por todos os ataques á
constituição, pelos crimes
d'arbitrio e violencia, que o sr. duque denuncia á Europa na
circular
ao corpo diplomatico.
É o sr. duque do Saldanha homem de grande talento e de
variada
instrucção. Orador facil, escriptor elegante.
Conhecedor de
varias linguas. Fallando, e escrevendo inglez, italiano e francez,
como se fosse nascido em qualquer d'esses paizes; tendo clientes
na camara onde tem assento e, nada o desculpa do silencio que
ahi guardou.
No seu logar de representante da nação
portugueza, se os factos,
que o digno par o sr. duque de Saldanha attribue aos seus
antecessores, são taes quaes os pinta, a carta lhe incumbia
de combater
alli contra elles; e no
TITULO IV
Do Poder Legislativo
capitulo i
Das suas attribuições
diz:
Art. 15.º É da attribuição
das
Côrtes:
§ 6.º Fazer Leis, interpretal-as, suspendel-as, e
revogal-as.
§ 7.º Velar na guarda da
Constituição,
e promover o bem geral da Nação.
§ 8.º Fixar annualmente as despezas publicas, e
repartir a
contribuição
directa.
§ 11.º Auctorisar o Governo para contrahir
emprestimos.
§ 12.º Estabelecer meios convenientes para pagamento
da
divida Publica.
§ 14.º Crear ou supprimir empregos publicos, e
estabelecer-lhes ordenados.
A circular do digno par do reino diz-nos, que elle não usou
d'estes meios; mas tratou de persuadir o rei clandestinamente
de perigos, que só elle tinha poder de crear, como creou, e
perfida
e discretamente guarda as razões pelas quaes o poder
moderador
[52]
não accedeu ás instancias, que a
constituição lhe mandava fazer
á luz do dia na camara dos pares.
É expressa a letra do § 8.º do artigo
15.º da
constituição
ácerca da competencia do poder legislativo para repartir a
contribuição
directa.
É expresso o § 11.º sobre a
indispensabilidade da
auctorisação
do mesmo poder para contrahir emprestimos.
Portanto o povo deve negar-se a pagar a
contribuição, que lhe
fôr imposta sem voto do parlamento, e não deve
reconhecer nenhum
emprestimo ou negociação, que o mesmo parlamento
não auctorise.
A resistencia a esse pagamento é justa, é legal,
é meritoria,
é acto d'uma dedicação e patriotismo
que eleva e ennobrece
o povo que a emprega.
E tanto mais legal e meritoria é, e será, a
resistencia tanto ao
pagamento dos impostos, como ao reconhecimento dos emprestimos
ou antecipação que o parlamento não
votar, que a carta, querendo
evitar a menor subtileza ou sophisma; querendo garantir
ao povo a fiscalisação da sua fortuna, restringiu
a um dos ramos
do poder legislativo essas attribuições, e
confiou-as sómente á camara
popular e electiva, e diz no seu mesmo
TITULO IV
capitulo ii
Da camara dos deputados
Art. 35.º É privativa da camara dos deputados a
iniciativa:
§ 1.º Sobre impostos.
§ 2.º Sobre recrutamentos.
Art. 37.º É da privativa
attribuição
da mesma camara decretar que tem
logar a accusação dos ministros de estado e
conselheiros de estado.
De como os
taes planos do digno par
o sr. duque de Saldanha
possam realisar-se no meio da
tranquillidade e da indifferença
publica, quando a carta, conferindo as
attribuições da iniciativa
sobre impostos á camara popular e electiva, só
teve por fim
acordar essa tranquillidade e indifferença!
De como possa convir o silencio dos tumulos aos planos do sr.
duque de Saldanha, quando o pacto social procurou as garantias
na agitação do paiz; não posso eu
dizel-o, que nada sei dos planos
do sr. duque de Saldanha, tendo-me parecido até 19 de maio,
que me bastava conhecer os planos da constituição.
Não é menos honrosa nem menos legal a
fórma porque o sr.
duque de Saldanha, conselheiro de estado, salvou o throno e a
dynastia.
Levou ao paço os soldados amotinados, e ás tres
horas da
noite, como elle confessa, debaixo d'um chuveiro de balas, que
entravam pelas janellas, foi encarregado de formar novo ministerio.
[53]
A carta diz:
TITULO V
Do rei
capitulo i
Do poder moderador
Art. 71.º O poder moderador é a chave de toda a
organisação politica, e
compete privativamente ao rei como chefe supremo da
nação, para que incessantemente
vele sobre a manutenção da independencia,
equilibrio, e harmonia
dos mais poderes politicos.
Art. 72.º A pessoa do rei é inviolavel e sagrada:
Elle
não está sujeito a
responsabilidade alguma.
Art. 74.º O rei exerce o poder moderador:
§ 5.º
Nomeando e demittindo livremente os
ministros de estado.
Foi para que o rei mantivesse a independencia, equilibrio e
harmonia dos poderes politicos; para que se mostrasse inviolavel,
sagrado e irresponsavel;
Para que exercesse o poder moderador, nomeando e demittindo
livremente os ministros, que o sr.
duque de Saldanha, tribuno
dos soldados, mandou metralhar a sala regia, quando ás tres
horas
da noite recebia do chefe do estado a investidura de ministro
de todas as pastas.
Foi para garantir a liberdade d'esse acto que elle alli levou,
sem os seus coroneis e officiaes, os regimentos insubordinados.
Foi ainda para tornar o rei mais livre que metteu no castello a
plebe, e, como se tudo isto não bastasse, confessa agora
á Europa,
que duvidou da liberdade do monarcha, e por isso voltou
lá á noite, quando já era ministro do
reino e da guerra, senhor
do exercito, do castello e da policia, para perguntar a el-rei se
elle tinha sido coagido a nomeal-o de manhã seu presidente
de
conselho!
Como será recebida pela Europa esta prova de ingenuidade do
sr. duque de Saldanha?
Se se podesse duvidar da traição, deslealdade e
violencia
d'elle, teriamos de acreditar de duas coisas uma:
Ou a incompatibilidade do rei com a liberdade do povo;
Ou a sua cumplicidade na violação das
instituições!
Se podesse dar-se credito ao embuste diplomatico do sr. duque
de Saldanha, teriamos necessariamente de acceitar a criminalidade
de el-rei, o Senhor D. Luiz I.
Se o rei tivesse cedido diante d'outro argumento, que não
fosse o derramamento de sangue ás portas do paço,
dos poderes
que a carta lhe confiou para garantia das liberdades publicas, a
sua coexistencia com a constituição viria a ser
impossivel.
Nem a segurança externa do reino, nem a magestade da
corôa
poderiam conservar-se em mãos tão pouco proprias
para as fazerem
respeitar.
[54]
El-rei estava assaltado, constrangido e coacto. Esta é que
é a
verdade.
Dizem-o os factos e as palavras do sr. duque de Saldanha,
desculpando-se com trivialidades banaes.
Dil-o mesmo essa indifferença, que o sr. duque de Saldanha
cita como augurio de publica satisfação; dil-o a
opinião da Europa
intelligente, dil-o a propria consciencia do sr. duque, que de certo
não ignora estes versos de Juvenal:
Summum crede nefas vitam
præferre pudori,
Et propter vitam vivendi perdere causas.
Não é menos importante, depois de ter examinado o
sr. duque
de Saldanha, membro d'um dos poderes do estado, como par do
reino; confrontal-o com os artigos da
Constituição no seu cargo
de conselheiro de Estado―diz a carta, no mesmo Titulo:
capitulo
vii
Do Conselho de Estado
Art. 107.º Haverá um Conselho de Estado, composto
de
Conselheiros vitalicios,
nomeados pelo Rei.
Art. 109.º Os Conselheiros de Estado, antes de tomarem posse,
prestarão
juramento nas mãos do Rei, de manter a Religião
Catholica Apostolica Romana;
observar a Constituição e as Leis; serem fieis ao
Rei; aconselhal-o
segundo suas consciencias,
attendendo
sómente ao bem da
Nação.
Art. 110.º Os Conselheiros serão ouvidos em todos
os
negocios graves, e
medidas geraes de publica administração,
principalmente sobre a declaração
da guerra, ajustes de paz, negociações com as
Nações estrangeiras; assim
como em todas as occasiões, em que o Rei se proponha exercer
qualquer das
attribuições proprias do Poder Moderador,
indicadas no art. 74.º,
á
excepção
do § 5.º
Art. 111.º São responsaveis os Conselheiros de
Estado pelos
conselhos que
derem oppostos ás Leis, e ao interesse do Estado,
manifestamente dolosos.
Ora o sr. duque de Saldanha não podia, na sua qualidade de
conselheiro de estado, dar ao rei nenhum conselho ácerca da
demissão
ou nomeação do ministerio; por que lh'o veda o
artigo
110.º da Constituição.
Mas o que fez elle? Para não infringir a lei fundamental,
fez-se
acompanhar pelos soldados amotinados para não coagir a
corôa,
e emquanto provava a seu amo que era violentado pela força
armada
a ir alli pedir-lhe as pastas; essa força, garantia a
liberdade
do chefe do estado, corôando-o d'uma aureola de balas atravez
das janellas do paço.
A Carta querendo pôr a prerogativa real a salvo mesmo da
influencia
do conselho de estado, não previo este caso de lhe garantir
tão completamente a liberdade, para deixar a gloria da
descoberta ao leal conselheiro o sr. duque de Saldanha.
Vimos o par do reino;
Vimos o conselheiro de estado;
Vamos agora ver o marechal do exercito.
[55]
Eu sinto muito ter de comparar todos os actos do sr. duque
de Saldanha com os artigos da Constituição; mas,
quando nasci
já a Constituição tinha sido
proclamada.
Foi o sr. duque de Saldanha um dos seus defensores, e foi elle
ainda quem a restaurou e quem referendou em 5 de julho de 1852
o acto addicional que a confirmava.
Tanto em 1826, como em 1834, como em 1852, se teve por
acceite, como a mais segura de todas as garantias para todas as
liberdades publicas, a doutrina, que no mesmo titulo se encerra,
que é a seguinte.
capitulo
viii
Da força militar
Art. 113.º Todos os Portuguezes são obrigados a
pegar em
armas para
sustentar a independencia e integridade do Reino, e defendel-o de seus
inimigos,
externos e internos.
Art. 115.º A força militar é
essencialmente
obediente; jámais se poderá
reunir, sem que lhe seja ordenado pela Auctoridade legitima.
Art. 116.º Ao Poder Executivo compete privativamente empregar
a
força
armada de mar e terra, como bem lhe parecer conveniente á
segurança e defeza
do Reino.
Se esta não é a doutrina conveniente, porque a
não revogaram
no acto addicional?
Se o é para que censuram aquelles que propugnam por ella?
Não é, ou não deve ser egual para
todos a lei?
Ha n'ella alguma isempção para o marechal do
exercito?
Era elle auctoridade legitima para reunir os soldados?
Era ou não era elle obrigado a ser essencialmente obediente?
E vae o marechal do exercito dizer á face do mundo, que
violou
as leis, acompanhado pelas bayonetas, para salvar a liberdade
e as instituições?!
Ou effectivamente este paiz está morto, ou elle ha de
erguer-se
para punir este despreso e escarneo com que o octogenario Catilina
abusa da paciencia popular!
Do official mór da casa real nada direi.
Ahi os deveres e obrigações moraes, se
não existem no coração,
se não são interpretadas pela delicadeza do
sentimento, a
constituição fica incolume.
O deputado e o
cidadão:
«
guarda e
passa.»
Está violada a constituição.
Confiscados todos os poderes do estado.
Suspenso o parlamento.
Arbitro supremo dos destinos d'este reino, o sr. duque de Saldanha
julga ser bastante a sua infallibilidade para reparar todos
os males, que o levaram a assumir os inauferiveis direitos que a
lei tinha attribuido ás altas
corporações politicas do estado.
Como, depois do sr. duque de Saldanha, as pessoas mais infalliveis
são os seus parentes, temos esses parentes partilhando o
governo conjuntamente com s. ex.
a
[56]
Para dar mais unidade á acção benefica
d'esse despotismo domestico
vem para Madrid um sobrinho do sr. duque para representar
alli Portugal; vae para Paris um irmão do mesmo sr. duque,
e para as outras côrtes da Europa irão outros
parentes
egualmente scientes da infallibilidade de s. ex.
a
e obedientes a
todas as suas idéas e planos.
O sr. duque de Saldanha fica dispensado egualmente de dar
contas a ninguém dos seus actos.
A quem lhe pedir contas dirá como Gonzalo de Cordoba:
Pás
e alviões, trinta milhões. Ou
como Scipião: No dia 19 de maio
tomei Carthago! Sobrinhos e parentes, dae graças aos deuses!
A constituição, por desnecessaria e inutil, fica
revogada e, em
logar d'ella, ficará vigorando o sr. duque de Saldanha e a
sua
familia.
Aqui tem o povo portuguez o estado em que o paiz estava antes
da revolta de 19 de maio de 1870, e como está depois d'ella.
Agora, reconhecendo que estes factos existem, vejamos qual é
o meio de os aniquillar.
É minha opinião que, emquanto o arbitrio de um
homem audacioso
se levantar acima das leis; não pode nem deve haver paz.
Sejam quaes forem as reformas e os beneficios que elle prometta;
o povo tem, no exercicio da sua soberania, o direito e o
poder de se dotar com as reformas, beneficios e melhoramentos
que julgar convenientes.
Resistir portanto, a este usurpador hypocrita é o dever de
todos
os cidadãos, que não quizerem tornar-se cumplices
na usurpação,
ou confessarem-se escravos d'ella.
Resistencia legal é toda a que se fizer.
A Carta diz no artigo 113.º, capitulo VIII, que todos os
cidadãos
são obrigados a pegar em armas para defender o reino contra
os inimigos
internos.
E o sr. duque de Saldanha é o peior inimigo
interno que podemos
ter.
Tenhamos porém a prudencia que os interesses geraes
reclamam,
e que deve ser base do uso util da nossa immensa força,
porque é a força da legalidade.
Neguemos primeiro obediencia aos usurpadores por um manifesto
publico.
Não paguemos tributo algum emquanto a
constituição não fôr
posta em vigor.
Se estes meios não forem bastantes para obrigar o rebelde
soldado
a prestar homenagem á opinião, recorramos
ás armas.
Mas tudo e todos ás armas, para que a revolta seja debellada
sem corrermos o risco de uma guerra civil, a titulo da qual o revoltoso
chamaria sem duvida mais uma vez o exercito hespanhol,
para desarmar a nação e algemar a liberdade.
Eis o meu voto como representante do povo, como cidadão e
como liberal.
Notas:
[1]
Artigo 86.º das Instrucções de 7 de
agosto
de 1860.
[2]
Artigo 89.º idem.
[3]
É do anno de 1867 por não haverem os dados
estatisticos
com respeito a 1868.
[4]
Vae com respeito a 1867, por se haverem queimado os dados
respectivos a 1868.
Lista de erros corrigidos
Aqui encontram-se
listados todos os erros encontrados e corrigidos:
Deixámos os
parênteses em aberto, quando estes
não foram fechados, respeitando o original.